domingo, 3 de abril de 2011

Capítulo 4 - Salva pelo telemóvel

Acordei já um pouco tarde, há muito tempo que não dormia tão bem. Levantei-me, saí do quarto e a Daniela já estava acordada a preparar o pequeno-almoço.
- Bom dia. - cumprimentei-a dando-lhe um beijo no rosto.
- Bom dia! Vá, vai-te arranjar que o pequeno almoço está quase pronto. É que depois eu quero ir à praia!
- Está bem. - disse ainda meia a dormir - Vou só tomar um banho rápido. - dirigi-me para a casa de banho do meu quarto.
Tomei um banho super rápido pois era só mesmo para acordar. Vesti o meu biquini e pus um vestido que eu gostava bastante. Calçei uns chinelos de praia e fui para a cozinha, e a Daniela ainda lá estava mas agora estava a comer.
- Já estou pronta!
- Então vá, come enquanto me vou vestir. - ordenou levantando-se da mesa.
- 'Tá bem, despacha-te. - ela saiu.
Sentei-me na mesa e começei a tomar o pequeno almoço. Comi um croissant misto e bebi um pouco de sumo de laranja. Depois a Daniela apareceu na cozinha já vestida e muito animada.
- Então vamos, bebé?
- Claro. Deixa-me só arrumar isto e buscar a minha mala ao quarto.
- Vai lá buscar a mala que eu arrumo isto!
- Eu arrumo, não custa nada. - disse pondo a loiça no lava loiça.
- Vai lá pá que eu arrumo isto. É rápido! Lavamos a loiça quando voltarmos. - disse com um ar autoritário.
- 'Tá bem chata!
Fui até ao meu quarto, peguei na minha mala e pus dentro o protector solar e mais algumas coisas que precisa. Saí do quarto e a Daniela já estava na sala à minha espera. Decidimos ir no meu carro, e assim o fizemos. Saímos de casa e fomos até à garagem do prédio onde se encontrava o meu carro. Entrámos e seguimos em direcção à praia. Seguimos o caminho todo a conversar. A Daniela estava a contar como estava a adorar a faculdade de direito. Eu acho que ela é perfeita para ser advogada pois tem um ar sério, apesar de ser uma criança autêntica quando quer. E também porque ela tem muito jeito para defender as pessoas. Passado mais ou menos 45 minutos chegámos à praia. Arranjei um sítio para estacionar, saímos do carro e dirigimo-nos para a praia. Fomos para uma parte da praia que estava vazia. Estendemos as nossas toalhas e tirámos as nossas roupas, ficando só de biquini. Passámos protector e depois deitámo-nos nas toalhas.
- Sabes, não vejo a hora de começar as aulas. - comentei alegremente.
- Tu és mesmo betinha!
- Oh não é isso. Mas acho que o curso vai ser interessante. - disse com um brilhozinho no olhar.
- Pois. E apesar de não andar na mesma faculdade que tu, ouvi dizer que a tua é muito fixe.
- E sabes, não vejo a hora de começar a trabalhar e ajudar as pessoas. Mas claro, gostava mais de trabalhar com crianças.
- Fogo! Nem começaste o curso e já estás a querer trabalhar. Só mesmo tu! Mas agora fizeste-me lembrar o David. Ele também está sempre preparado para ajudar as pessoas e também tem uma paixão qualquer por crianças como tu! Eu acho que vocês são feitos um para o outro, e já para não falar que ficam muito fofinhos juntos. - disse num tom provocador.
- Ai, mau! Tinhas que vir tu com a conversa do David. - disse fazendo um ar aborrecido.
- Oh, vais-me dizer que tu também não achas que vocês os dois são muito parecidos.
- Daniela, eu mal o conheço. Não sei praticamente nada sobre ele. E por favor, achas mesmo que ele alguma vez na vida ia querer alguma coisa comigo?! E logo comigo!
- Claro, porque não? Tu és linda, simpática, querida e sem falar que também és sexy! Vá lá, qualquer homem quer alguma coisa contigo! - afirmou soltando uma gargalhada.
- Oh és mesmo parva. - disse dando-lhe uma leve chapada no braço.
- Olha ai pá! - queixou-se - Mas agora a sério, acho mesmo que tu e o David deviam de se conhecer melhor. Eu sei que ele não te é indiferente, e tenho a certeza que tu também não lhe és indiferente!
- Epá, logo se vê! - disse fingindo não dar muita importância, mas a verdade é que queria muito conhecê-lo melhor.
- E quem sabe ainda se apaixonam... - disse com um sorriso maroto.
- Cala-te com isso! Sabes que eu não sou de me apaixonar.
- Não és de te apaixonar porque nunca te deste tempo para isso. - disse com uma cara mais séria.
- Não é nada disso.
- É, e tu sabes que sim! Lá em Aveiro passavas a vida a estudar ou participar nas actividades da escola, e mal tinhas tempo para respirar quanto mais para namorar!
- Oh para com isso! As coisas não eram bem assim!
- Pois, pois Bia. Mas olha que eu ia amar ver-te com o David. Acho que vocês são perfeitos um para o outro! - piscou-me o olho.
- Sonha Daniela! - afirmei - Bora dar um mergulho?
- Sim, bora lá.
Levantámo-nos das toalhas e fomos rapidamente dar um mergulho. A água estava fantástica! Saímos e voltámos para o sítio onde estávamos. Quando chegámos olhámos para o relógio e já eram quase 15 horas e nós ainda não tinhamos almoçado e já estávamos com alguma fome. Decidimos ir almoçar ao bar da praia. Sentámo-nos numa mesa vazia e um empregado veio nos atender. Fizemos os nossos pedidos e não demorou muito até o empregado nos trazer. Começámos a comer e para provocá-la disse:
- Sabes, tu falas muito de mim e do David, mas tu e o Ruben... Vai lá vai. - soltei uma gargalhada.
- Cala-te! O Ruben é o meu melhor amigo e nada mais que isso, ok? - disse dando uma garfada na salada que estava a comer.
- Tu não me enganas. Eu conheço-te melhor que ninguém! Admite lá, tu gostas dele não gostas?
Ela ficou em silêncio durante alguns segundos. Acho que ela ia mentir-me mas não sabia como o fazer. Mas quando ela ia a dizer alguma coisa, o telemóvel dela tocou e ela apressou-se a atender.
- Salva pelo telemóvel. - disse com um ar irónico.
Ela pôs-me a lingua de fora e atendeu o telemóvel. Pelo que percebi ela deveria de estar a falar com o Ruben. Ficaram mais ou menos 5 minutos a conversar animadamente até que desligaram e um sorriso enorme formou-se nos seus lábios.
- Com esse sorriso, só pode ter sido o Ruben a ligar-te. - disse a gozar um pouco com ela.
- Por acaso até era.
- E o que é que ele queria?
- Convidar-nos para irmos à discoteca com ele e com o David hoje à noite. Lá pelas 21:30 eles vêm-nos buscar.
- Fixe, 'tava mesmo a apetecer-me sair.
- O que tu queres é estar com o menino David Luiz, ou pensas que eu não sei! - disse a tentar provocar-me.
- Cala-te! Eu só me quero divertir. - menti, pois a verdade é que eu queria estar novamente com ele.
Acabámos de comer entre brincadeiras e provocações. Pagámos e decidimos ir para casa. Quando chegámos tomámos um banho para retirar o sal do corpo e ficámos as duas na sala a ver um filme. Depois fomos fazer o jantar entre brincadeiras. Comemos e fomos nos arranjar. Escolhi uma roupa simples mas muito bonito e decidi levar uns saltos altos para não me sentir tão pequena ao pé do David. Agarrei na minha mala e ouvi a campainha tocar. Conclui que fossem eles que já tinham chegado. Saí do quarto e fui para a sala e a Daniela já estava à minha espera. Descemos o elevador e algo me dizia que aquela noite ia ser inesquecível.

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