sexta-feira, 20 de maio de 2011

Capítulo 14 - Tu tomas banho?!

Acordei com os raios de sol a entrar pelos buraquinhos dos estoires e a baterem no meu rosto. Não passava muito das 9:00 horas, mas já não me apetecia ficar na cama, e por isso levantei-me e fui tomar banho e vestir uma roupa fresca pois o dia estava bastante quente. Despachei-me rapidamente e fui para sala ver um pouco de televisão. Quando ia agarrar no comando da televisão, a imagem do meu beijo com o David, veio-me à cabeça, mas não queria pensar muito nisso. Acho que não me queria iludir, afinal foi só um beijo... Por isso decidi ir acordar a Daniela para ver se me distraia. E assim o fiz, fui até ao quarto dela e entrei, e ela ainda estava ferrada a dormir.
- Bom dia gorda! - disse saltando para cima dela.
- Ai Bia! Acordas-te com as galinhas?! - disse chateada mas sem abrir os olhos.
- Eish, já devem ser p'raí umas 10:00 horas! - informei-a em tom de brincadeira.
- Epá! Isso ainda é muito cedo para quem 'tá nos últimos dias de férias! - disse com uma voz mais elevada permanecendo com os olhos fechados.
- Oh cala-te e levanta-te! Ou não me digas que essa resmunguisse toda é porque te acordei e tu estavas a sonhar que tavas quase, mas mesmo quase a beijar o teu Rubenzinho. - disse a gozar com ela.
- Epá queres ver que eu vou ter que me chatear hoje?! - disse com uma voz zangada, abrindo os olhos e sentando-se na cama.
- Desculpa, desculpa. Não era a minha intenção atrapalhar o teu sono. - redimi-me num tom sério mas logo de seguida não consegui conter uma leve risada.
- Bia, pára! - ordenou elevando a voz.
- Bia, pára! - imitei-a em tom de brincadeira fazendo uma voz muito mais fina que a dela.
- Epá não me chateies! - disse irritada - O que é que tu queres?
- Quero a minha melhor amiga de pé para vir tomar um pequeno almoço comigo! - disse fazendo um grande sorriso.
- Tu amas-me tanto. - disse soltando um suspiro.
- Só um bocadinho. - sorri - Anda, levanta-te! - puxei-a.
- Acho que o beijo com o caracolinhos ontem, afectou-te o cérebro. - disse fazendo uma cara chateada.
- É que nem te vou responder!
Fomos para cozinha e fizemos o nosso pequeno almoço. Comemos entre brincadeiras e provocações, o que nos fez demorar um pouco mais, e de seguida arrumámos a cozinha.
- Agora vou tomar um banho chata. Já venho! - avisou-me saindo da cozinha.
- Tu tomas banho?! - disse só para a chatiar e a Daniela voltou para trás.
- Beatriz Filipa Rodrigues Moreira, hoje estás muito engraçadinha!
- Fogo, não era preciso dizeres o meu nome todo, alguém ainda te ouve. - disse fazendo uma cara séria e ela riu-se e voltou a sair da cozinha.
Fiz o mesmo e fui para sala, e sentei-me no sofá. Ouvi um telemóvel a tocar, era o da Daniela que estava em cima da pequena mesa que ficava no centro da sala. Levantei-me rapidamente, agarrei no telemóvel e fui até à porta da casa-de-banho.
- Feia, o teu telemóvel 'tá a tocar! - disse um pouco mais alto para ela ouvir.
- Quem é?
Olhei para o visor do telemóvel e vi "Ruben a chamar ...".
- Olha é o teu Rubenzinho, deve tar com saudades! - informei-a a gozar com ela.
- Estúpida, atende rápido e não digas disparates!
Ri-me e fiz o que ela pediu.

"Ruben"

Estava em casa a jogar playstation enquanto esperava pelo mano que ia almoçar comigo. Eram mais ou menos 11:00 horas quando ele chegou. Combinámos mais cedo para podermos falar um pouco, pois ontem ele estava estranho mas não deu para nós falarmos muito pois estávamos a "animar" o meu irmão que estava muito deprimido por causa do fim do relacionamento dele, mas reparei que o David estava noutro mundo. Ele chegou e eu fui abrir a porta.
- E aí manz, tudo bom? - cumprimentou-me depois que eu abri a porta.
- Tudo mano, entra aí! - ordenei-lhe e ele entrou.
- O que que 'cê tava fazendo?
- Estava a viciar. - disse sentando no sofá e ele fez o mesmo.
- Incrível, 'cê passa a vida jogando e nunca consegue me ganhar. - disse provocando-me.
- Tu sabes que eu jogo melhor que tu, só que para não te ver magoado deixo-te ganhar algumas vezes. - disse com uma cara séria.
- Ah 'tá bom. - disse rindo-se.
- Epá, não vamos começar com isso. Diz lá o que aconteceu ontem para 'tares estranho?
- Nada, eu não 'tava estranho não, impressão sua! - desvalorizou a situação.
- Meu, eu conheço-te. O que é que se passou? - insisti.
- Eu ontem à tarde saí com a Bia... - acabou por dizer um pouco triste.
- Então foi por isso que quando me atendeste o telemovel ontem estavas estranho. - disse e sorri ligeiramente.
- Pois... - afirmou desanimado.
- Mas o que é que aconteceu para 'tares assim?
- Então a gente foi beber um café, decimos ir jogar bowling e depois quando a gente 'tava indo embora rolou um clima e eu beijei ela! - disse um pouco triste.
- Ché puto eu sabia que 'tavas a gostar da miuda, mas porquê essa cara?
- Porque depois que a gente se beijou, 'cê ligou e ela não disse mais nada. Acho que ela ficou chatiada...
- Oh meu, 'tás a fazer uma tempestade num copo d'água. Se calhar ela não estava à espera que tu lhe beijasses! - disse calmamente.
- Talvez cê tenha razão. - disse e sorriu ligeiramente.
- É claro que eu tenho razão! Tu é que não percebes nada de mulheres pá! - brinquei um pouco.
- Percebo mais que você ! Mas 'cê não sabe se a Daniela vai ver o jogo amanhã?
- Ela disse-me que ia.
- E sabe se a Bia vai com ela? - perguntou receoso.
- Não sei, mas deve ir. - ri-me.
- Cê acha?
- Sim, mas queres que eu ligue à Daniela para confirmar?
- Deixa p'ra lá, 'cê vai fazer besteira.
- Não vou nada! Só vou perguntar se elas vão amanhã ou não.
- Liga então. Mas vê lá o que cê fala. - disse com uma cara séria.
- 'Tás mesmo apanhadinho! - gozei com ele enquanto agarrava no telemóvel.
O David não disse mais nada, apenas sorriu. Marquei o número da Daniela, mas estava a demorar a atender. Ao fim de muitos toques, atendeu.
- Finalmente, 'tava a ver que não! - disse um pouco impaciente.
- Olá para ti também! - aquela voz era-me familiar mas não era a voz da Daniela.
- Quem fala? - perguntei um pouco intrigado.
- Sou eu, a Bia! - informou-me.
- Ah Bia és tu! - disse e o mano olhou para mim e arregalou ligeiramente os olhos.
Ri-me, aquele gajo estava mesmo a ficar apaixonado por ela.
- Sim, foi o que eu acabei de dizer! -  riu-se.
- Então, 'tá tudo bem contigo?
- Sim e contigo? - perguntou-me educadamente.
- Sempre! A Daniela? - perguntei curioso.
- Está a tomar banho e pediu-me para atender o telemóvel. - explicou-me - Queres lhe deixar algum recado?
- Não, era só para saber se ela vai ao jogo amanhã. - disse calmamente.
- Sim ela vai. - confirmou.
- E tu vai com ela? - perguntei e o mano olhou para mim receoso.
- Sim, ela é chata e convenceu-me a ir! - riu-se ligeiramente.
- Ainda bem que vais ... - o David fez um grande sorriso - Sabes acho que nesse jogo o defesa-central vai 'tar mais motivado. - completei só para provocar e o David olhou para mim com um olhar de morte.
- Pois, mas acho que quem vai jogar melhor és tu já que vai lá estar a tua Danizinha! - provocou-me também.
- Ai mau mau, 'tou a ver que vou ter que me chatear. - disse com uma voz zangada.
- Tu é que começaste. - riu-se.
- Eu só disse a verdade, mas bem era só isso...
- Ok, então xau! - despediu-se.
- Xau. - despedi-me também.
- Ruben! Ruben! Ruben! - chamou-me rapidamente antes que eu desligasse.
- Sim, diz...
- Eu não me esqueço de mandar beijinhos teus à Daniela ! - disse rindo-se.
- Eu também não me esqueço de mandar beijinhos teus ao David, a não ser que queiras ser tu a dá-los ! - disse provocando-a também, e o David olhou para mim um pouco admirado e eu ri-me.
- Olha, xau! - disse um pouco chatiada.
- Xau. - disse ainda a rir-me.
Desligámos a chamada e o mano estava a olhar para mim com um ar chatiado.
- Cê é mesmo um babaca!
- Tem calma meu, ela vai lá estar por isso tens que jogar bem para impressionares a miúda! - disse a gozar um pouco com ele.
- Cê é que tem que imprecionar a Daniela, é que isso 'tá demorando demais p'ra ir p'ra frente!
- Tu é que és rapido de mais! - provoquei-o.
- Eu nem te vou responder! - disse chatiado.
- Mas diz lá uma cena, ela beija bem? - provoquei-o mais uma vez.
- Se cê não fosse meu amigo eu já tinha te partido a cara! - disse num tom sério e eu não resisti e ri-me.
- Diz lá meu, a sério... Ela beija bem ou não?
- Muito bem... - desabafou com um grande sorriso nos lábios.
- 'Tás mesmo apanhadinho. - disse a rir-me.
- Acho que eu 'tou mesmo ficando amarradão nela... - confessou sorrindo.
Continuámos a falar animadamente, apesar do David estar um pouco perdido nos seus pensamentos. Acho que ele está mesmo a ficar apaixonado, e eu fico feliz por ele, há muito tempo que não o via assim, e acho que a Bia é uma excelente pessoa, também só podia... Ela é amiga da "minha Danizinha" como a Bia disse. Depois de muita conversa e de um joguinho na playstation, fomos almoçar e depois fomos para o treino. Era o ultimo treino antes do jogo, por isso treinámos a nossas tácticas e ouvimos as últimas indicações do mister. O jogo de amanhã vai ser puxado.

"Bia"

Desliguei a chamada com uma pergunta a pairar na minha cabeça: será que o David contou ao Ruben do nosso beijo? Deve ter contado, afinal eles são melhores amigos. Tentei não pensar muito nisso e fui para a sala. Passado algum tempo a Daniela foi lá ter.
- O que o Ruben queria? - perguntou-me curiosa.
- Queria saber se ias ao jogo amanhã... - respondi calmamente.
- Isso é estranho, porque eu já lhe tinha dito que ia . - disse com um ar pensativo.
- Oh então isso foi a única desculpa que ele arranjou para ouvir a tua voz. - disse a pica-lá.
- Não sejas parva! - disse atirando-me com uma almofada.
- Au! Eu só disse a verdade, mas pronto. O que me dizes de irmos almoçar ao colombo? - sugeri.
- Por mim é na boa!
- Óptimo! Preciso de fazer umas comprinhas! - sorri.
- Então 'bora?
- Sim, deixa-me só buscar a minha mala.
Levantei-me e fui até ao quarto buscar a minha mala, e de seguida voltei à sala e saímos. Decidimos ir no meu carro, e assim o fizemos. Não demorámos muito até chegar o colombo. Fomos comer e eu fui fazer as minhas comprinhas, e a Daniela aproveitou e fez umas para ela também. Quando terminámos, voltamos para casa e passámos o resto da tarde deitadas no sofá a falar e a ver televisão. A Daniela ainda tentou falar um pouco do David mas eu mudava sempre de assunto. A verdade é que não queria pensar muito nele, estava demasiado confusa. Decidimos pedir uma pizza para o jantar, pois não me apetecia ir fazer o jantar. Depois de comermos a pizza, fomos jogar um pouco de singstar. Nós não cantávamos maravilhosamente bem, mas até nos safavamos. Ficámos muito tempo a jogar, e eu ganhei na maioria das vezes. O cansaço apoderou-se de nós e decidimos ir-nos deitar. Eu fui para o meu quarto e ela para o dela, pus o meu pijama e deitei-me na cama, e aí veio-me logo o David à cabeça. Estava um pouco nervosa por amanhã, como será que eu deveria agir? Como será que ele vai agir depois do que aconteceu? E foi no meio de muitas perguntas e dúvidas, que eu acabei por fechar os olhos e adormecer...

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Beijinhos 

sábado, 14 de maio de 2011

Capitulo 13 - Quem rima sem querer, ama sem saber!

Instantaneamente os meus olhos fecharam-se ao sentir os lábios doces e macios do David a tocarem nos meus. Apesar de desejar muito beijá-lo, ainda tentei resistir pois não sabia o que aquele beijo poderia significar, por isso tentei afastar-me dele encostando-me mais ao carro, mas o David prendeu mais o meu corpo ao dele e o meu coração combateu a lógica do momento e eu não consegui resistir mais e entreguei-me completamente. As nossas bocas estavam unidas e movimentavam-se inconscientemente num beijo muito desejado. Coloquei os meus braços em volta do pescoço dele e as suas mãos rodeavam a minha cintura. O beijo tornou-se mais intenso, era um beijo cheio de paixão, desejo e carinho. Era um beijo apaixonado e apesar de nos conhecermos há pouco tempo, aquele beijo revelava-me uma sensação que nunca tinha sentido e que sinceramente não sabia o que significava. Já estávamos a ficar sem fôlego por isso quebrámos o beijo com outros repinicados nos lábios e ficámos escassos segundos de testas coladas a olharmo-nos nos olhos. O David estava com um expressão indecifrável por isso limitei-me a ficar em silêncio e a aproveitar aquele momento, e assim perdemo-nos nos olhos um do outro até que o momento foi quebrado pelo telemóvel do David a tocar. Ele apressou-se a atender e pelo o que percebi era o Ruben que lhe estava a ligar.
- Alô manz. - atendeu meio sem jeito
...
- O que se passou?
...
- Mas tem que ser agora? - perguntou com uma expressão desiludida
...
- 'Tá bom, eu já vou p'ra ai. Abraço manz! - despediu-se e desligou.
Depois de desligar, o David olhou para mim e eu desviei o meu olhar do dele. Agora não sabia o que fazer, fiquei totalmente sem reacção depois daquele beijo.
- É melhor irmos... - disse sem o encarar.
- Sim, eu te levo. - disse com uma voz um pouco desiludida.
- Obrigada. - agradeci e entrei para o carro e ele fez o mesmo.
A viagem até casa foi feito num silêncio constrangedor. Nenhum de nós sabia o que dizer e o que fazer. Ficámos realmente confusos com o que se passou no estacionamento. Estava complentamente perdida, aquele beijo deixou-me perdida... Não sabia o que sentia por ele, mas o beijo deixou-me mais confusa do que já estava. Nunca tinha beijado ninguém daquela maneira, estava intrigada, queria saber o que significava a sensação que senti quando o estava a beijar. Foi uma sensação tão agradável... Olhei de soslaio para o David e apesar de estar atento à estrada, ele estava com um ar pensativo. O silêncio foi quebrado pelo David quando chegámos ao nosso destino.
- Chegámos... - informou sem me encarar.
- Obrigada. - agradeci e agarrei na minha mala e quando ia sair do carro, a voz do David fez-me parar.
- Adorei a tarde. - disse timidamente.
- Eu também gostei. - sorri e apressei-me a sair do carro.
Entrei no prédio sem olhar uma única vez para trás. Estou tão confusa... Não sabia o que aquele beijo tinha significado para mim, muito menos para o David. Subi pelo o elevador completamente perdida em pensamentos. Cheguei ao meu andar, abri a porta e pousei as chaves na mesa do hall de entrada e dirigi-me à sala onde estava a Daniela.
- Olá gata! Conta-me tudo e não me escondas nada! Como foi com o brasuca? Demoraste imenso para quem foi só tomar um café! - disse entusiasmada e com um grande sorriso.
Não lhe respondi, apenas olhei para ela com uma cara séria, deixei a minha mala cair no chão e sentei-me ao lado dela.
- O que é que se passou? Foi assim tão mal? - perguntou-me com uma expressão já também séria.
- Não, foi bom... Até de mais. - respondi com uma voz mais baixa e deixei escapar um pequeno sorriso.
- Então porquê essa cara? - perguntou confusa.
Não sabia o que lhe dizer. Sabia que se lhe contasse que nós nos beijámos ela ia começar a fazer filmes. Mas eu estava com um nó na garganta, precisava mesmo de desabafar.
- Porque... Bem... Porque nós... - falei sem saber bem o lhe dizer.
- Porquê? Conta-me... O que se passou? - perguntou um pouco impaciente.
- Então nós fomos tomar um café e decidimos ir jogar bowling, e então fomos e no caminho encontrámos uma fãs dele, e ele foi muito simpático para elas! - sorri - Depois jogámos e eu acabei por ganhar-lhe! E quando estávamos já no estacionamento, eu estava a gozar com ele por eu ter ganho e ele disse que eu só ganhei porque ele deixou, mas claro que eu disse que não. E pronto... Depois não sei como, nem porquê... Mas houve um clima e nós beijamos-nos. - disse muito rapidamente.
- O quê?! - perguntou incrédula.
- Sim,foi isso que tu ouvis-te! Nós beijámo-nos! - disse com uma voz um pouco mais alta.
- Ai que máximo! Eu sempre soube que vocês gostavam um do outro!
- Daniela, nós não gostamos um do outro... Foi só um beijo ! - disse pouco convicta.
- Não foi só um beijo! Se fosse só um beijo tu não ficavas assim! Mas e depois, o que ele disse? - perguntou curiosa.
- Nada ! O telemovel dele tocou, ele atendeu, e depois eu disse que era melhor irmos embora e viemos o caminho todo sem dizer uma unica palavra! - disse cabisbaixa.
- Calma, ele devia 'tar digerir tudo... Mas ele beija bem? - perguntou com um grande sorriso.
- Daniela Garcia Cezilio! Eu acho que tu não estás a perceber. - disse pondo as mão à frente dos olhos e respirando fundo - Eu acabo de te contar que eu e o David Luiz beijámos-nos e tu perguntas-me se ele beija bem?! Ó por favor!
- Tem calma Bia! Tu e o David beijaram-se, e qual é o mal? Vocês são livres e desempedidos. - disse calmamente.
- O problema não é esse ... - disse com a voz a arrastar-se.
- Então qual é o problema? Tás apaixonada por ele? Se tiveres isso é optimo Bia!
- Não estou, não quero estar e não vou estar apaixonada por ele! Não faças filme! O problema é que ele é o David Luiz! O menino de ouro do benfica... O homem mais desejado do momento! Ó Daniela, ele é demais... - disse com a voz a tremer.
- Ele pode ser isso tudo, mas também é uma pessoa como as outras. - afirmou calmamente.
- Daniela, aquele beijo de alguma forma mexeu comigo, mas o pior é que eu 'tou com a impressaão que para ele não significou nada! - disse fixado o olhar no chão.
- Eu conheço o David e ele não tem o hábito de beijar uma miuda só por beijar! Se ele te beijou é porque ele queria mesmo fazê-lo. Fogo Bia, tu nunca reparaste na maneira como ele olha para ti?! - perguntou-me como se a resposta fosse bastante óbvia.
- Ai Daniela não sei... Se calhar eu estou a exagerar. Foi só um beijo! - disse e um leve sorriso apareceu-me no rosto ao lembrar-me novamente do nosso beijo.
- Para ser sincera eu acho que estás a ficar apaixonada e não queres admitir! - afirmou sorridente.
- Porque ficaste assim tão feliz? - perguntei curiosa.
- Porque acho que estás a ficar apaixonada pelo David! E ele parece-me ser o homem ideal para ti e eu também acho que ele gosta de ti! - afirmou com um grande sorriso.
- Só dizes disparates. - ri-me levemente.
- Só digo verdades! Mas agora responde-lá a minha pergunta. - pediu-me com um sorriso maroto.
- Qual pergunta?
- Ele beija bem? - perguntou e riu-se ligeiramente.
Eu fiz uma cara séria pois queria fazer um certo mistério. Levantei-me do sofá e agarrei na minha mala que estava no chão. Segui caminho para o meu quarto e reparei que a Daniela seguia-me com os olhos com uma expressão confusa. Quando estava a meio do caminho não resisti e voltei atrás.
- Ele beija maravilhosamente bem! - afimei com um grande sorriso e a Daniela soltou uma gargalhada.
- Estás mesmo a ficar apanhadinha!
- Cala-te! - virei-lhe costas e fui para o meu quarto.
Entrei para o quarto e fui tomar um banho quentinho e demorado, estava a mesmo a precisar. Saí do banho e fui me vestir. Resolvi vestir já o pijama pois não ia sair de casa. Calçei umas pantufas e saí do quarto à procura da Daniela que estava na cozinha a preparar o jantar e eu fui ajudá-la.
- Ó feia, vamos ver o jogo no sábado não vamos? - perguntou-me sorrindo.
- Não sei se vou. - disse meio a medo.
A verdade é que não sabia como reagir perto do David depois do que aconteceu.
- Não percebes que eu fiz um pergunta retórica? É claro que nós vamos ver o jogo e sem discussões! - afirmou decidida.
- Tu és mesmo chata! - disse amuada.
- Sou chata, mas sou bonita! - afimou com um ar convencida e eu ri-me - E vê as coisas pelo lado positivo... Nós vamos ganhar e depois vamos comemorar, e tu e o David podiam aproveitar para namorar! Olha até rimei... - disse rindo-se e eu não resisti e ri-me também.
- Quem rima sem querer, ama sem saber! E tu cada vez me dás mais certezas de que amas o menino Ruben Amorim! - disse a provocá-la.
- Cala-te! - ordenou-me envergonhada.
Continuámos a fazer o jantar entre picardias e risadas e de seguida comemos.
- Bem, agora tu arrumas a cozinha. - disse-me levantando-se e rindo-se ligeiramente.
- Só vou fazer isso porque eu sou simpática.
- Ó sim muito simpática! - disse ironicamente gozando comigo - Eu agora vou tomar um banho.
- E depois vamos ver um filme, vou fazer pipoquinhas. - disse num tom aliciante.
- Era mesmo isso que eu queria. - disse e sorriu - Vá agora arruma enquanto eu vou tomar banho. - disse pondo-me a lingua de fora e saiu da cozinha.
Fui arrumar a cozinha e pus a loiça na máquina. De seguida fui até à varanda e pus-me a olhar para o horizonte, e imediatamente a imagem do David veio à minha cabeça. Lembrei-me do primeiro dia que o vi a sair dos balneários, lembrei-me do nosso jantar, do nosso passeio na praia. Lembrei-me da pessoa maravilhosa que eu descobri que ele é e lembrei-me do nosso beijo. E que beijo... Essa é uma lembrança que eu acho que nunca vou esquecer. Apesar de eu estar confusa com tudo isso também estou feliz. O beijo mexeu realmente comigo... Não sei como mas o David mexe comigo. Acho que ainda sinto o sabor dos lábios dele nos meus.
Continuei a pensar no David e em como ele era perfeito, até que acordei para a vida e fui fazer as pipocas para vermos o filme. Fiz as pipocas e a Daniela já estava a reclamar que eu estava a demorar. Fomos para a sala e decidimos ver uma comédia. Fartamo-nos de rir com o filme. Quando acabou fomos nos deitar, e eu atirei-me logo para a cama. Precisava de uma boa noite de sono. Mas o David veio-me novamente à cabeça, impedindo-me de adormecer, e com ele veio uma vontade louca de sentir novamente os lábios dele nos meus...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Capítulo 12 - Nem acredito que és de verdade

Dirigimo-nos a um pequeno café que havia e sentámo-nos numa das mesas que se encontreva vaga. Rapidamente uma empregada veio-nos atender.
- Boa tarde. O que vão desejar? - perguntou com um grande sorriso a olhar para o David ignorando-me.
- Boa tarde. São dois cariocas, por favor. - respondeu o David educadamente.
- Eu trago já. - disse com o mesmo sorriso e a continuar a olhar para o David, o que me irritou um pouco.
- Obrigado. - agradeceu-lhe e ela retirou-se.
- Acho que ela se apaixonou. - disse com um sorriso forçado.
- Não diga bobagem. Ela só 'tava sendo simpática. - disse com um pequeno sorriso nos lábios.
- Ó sim, muito simpática. - disse ironicamente e o David riu-se. - Não te rias 'tou a falar a sério. Ela ignorou-me completamente, parecia que só tu estavas aqui. - disse com um ar chateado.
- Quer que eu vá embora? - perguntou rindo-se.
- Não claro que não, mas às vezes eu esqueço-me que tu és o David Luiz. - disse e ri-me também.
- Isso é porque quando eu 'tou com você eu não sou o David Luiz, sou só o David!
Eu corei ligeiramente, não sabia bem o que ele quis dizer com aquilo. Mas antes que eu lhe pudesse responder a empregada chegou com os nossos cafés. Pôs uma chavena de café à minha frente e outra à frente do David, e ela continuava com aquele sorrisinho estúpido para ele, e aquilo estava-me a irritar muito... O David agradeceu-lhe educadamente e eu também, e depois ela retirou-se sempre sorrindo.
- Vês? Ela não está só a ser simpática. - disse chateada.
- Eu 'tou começando a achar que cê 'tá é com ciúmes. - disse e riu-se levemente.
- Eu?! - ri-me - Essa é boa! Eu não sou ciumenta. - disse muito decidida.
- Não é o que eu tou achando. - disse com um grande sorriso e deu um gole no seu café.
- Não digas disparates. E agora vamos mudar de assunto. Como correu o teu treino hoje?
- Quer mudar de assunto porque eu tenho razão né? Mas 'tá bom. Correu muito bem! - sorriu.
Continuámos a conversar animadamente, trocámos alguns olhares mas nunca tocámos no assunto da noite anterior. Passado algum tempo o David teve uma ideia.
- Vamô jogar bowling? - perguntou com um sorriso tentador.
- Bora! - respondi animadamente.
- Então vou só pedir a conta. - informou-me e fez um sinal à empregada para ela trazer a conta.
- Eu pago. - disse enquanto a empregada se dirigia até nós.
- Não, eu pago. - contrariou-me.
- Eu convidei eu pago, e também porque no dia em que fomos jantar tu disses-te: para proxima cê paga. - disse imitando o sotaque dele e ele riu-se.
- Cê fica uma gracinha me imitando. Mas me deixa pagar dessa vez, e da próxima eu juro que te deixo pagar. - disse com um sorriso maroto.
- Não, nem penses! E também são só dois cafés. - recusei - Aqui tem, obrigada. - disse virando-me para a empregada e entreguei-lhe o dinheiro - Vamos? - virei-me novamente para o David.
- Vamô. - disse com um ar um pouco amuado.
- Cê fica uma gracinha amuadinho. - disse imitando novamente o sotaque dele e ele não resistiu e riu-se, e eu acompanhei-o.
Seguimos para as escadas rolantes e subimos até ao piso 2. De seguida seguimos para o funcenter, mas a meio do caminho um grupo de 3 raparigas que aparentavam ter os seus 14/15 anos abordaram o David.
- Olá David! - disseram duas raparigas em unissono.
- Eu sou tua grande fã! - disse a outra rapariga que parecia estar radiante por estar perto dele.
- Oi gente! Obrigado pelo carinho. - agradeceu com um sorriso enorme.
- Não tens nada que agradecer! Só tens que continuar a jogar como tens jogado pelo nosso glorioso. - disse uma das raparigas.
- Pode deixar que eu vou continuar fazendo isso. - disse com o mesmo sorriso.
- Ah, e não podes sair do benfica! - disse outra rapariga.
- O futuro a Deus pertence. Mas eu não pretendo sair do benfica tão cedo. - disse com um leve sorriso.
- Tens uns caracóis tão fofinhos. - confessou uma das raparigas.
- Obrigado. - agradeceu o David com um sorriso timido e eu não resisti e ri-me ligeiramente.
- Podes dar-nos um autógrafo? - perguntou uma rapariga que parecia ser genuinamente fã dele.
- Claro que sim. - respondeu e as raparigas apressaram-se a tirar um papel e uma caneta da suas malas - Qual é o seu nome? - perguntou a uma das raparigas.
- Adriana. - respondeu e o David autografou-lhe o papel.
- 'Tá aqui Adriana. - disse sorrindo e entregando-lhe o papel - E o seu? - perguntou à outra rapariga.
- Paula. - respondeu-lhe com um grande sorriso.
- Tome Paula. - deu-lhe o papel - E qual é o seu nome? - perguntou à outra rapariga.
- Beatriz. - respondeu-lhe e o David sorriu ainda mais e olhou para mim e eu sorri-lhe também.
- Gosto do seu nome. - disse virando-se para a rapariga - 'Tá aqui Beatriz. - deu-lhe o papel e sorriu.
- Muito obrigada! - agradeceu-lhe super contente.
- Agora não te chateamos mais. - disse a Paula sorrindo.
- Vamos Adriana. - ordenou a Beatriz à Adriana que estava estática a olhar para o David, e sorriu.
- Foi um prazer. - disse o David sorridente.
- O prazer foi nosso. - disse a Adriana com um grande sorriso.
Elas seguiram o seu caminho e eu estava a olhar para o David a sorrir. A verdade é que me deliciei com aquele momento. O David foi tão simpático para aquelas raparigas...
- Tu és tão querido! - confessei sorrindo e voltámos a seguir o nosso caminho até ao funcenter lentamente.
- Não sou não. Só trato as minha fãs como elas merecem, da melhor maneira possivel. - disse com um brilhozinho nos olhos.
Eu fiquei completamente encantada com o que o David disse, e fiquei a pensar se era mesmo possivel existir um homem tão incrivel como ele.
- Nem acredito que és de verdade... - confeissei a olhá-lo nos olhos.
- Eu sou de verdade sim. - sorriu.
Fiquei um pouco embaraçada com aquele sorriso tão característico dele.
- Vamos mais rapido! Não vejo a hora de dar-te uma abada! - disse e puxando-o pela mão.
Chegámos ao funcenter e dirigimo-nos para as pistas de bowling. Alugámos os sapatos e fomos jogar.
- Cê vai perder fraquinha. - disse calçado os sapatos.
- Isso é o que nós vamos ver. - disse fazendo o mesmo.
- Pois vamos. Eu até te deixo começar. - disse e riu-se.
- Já vais ver quem é a fraquinha! - disse agarrando uma bola.
Atirei a bola mas apenas consegui derrubar três pinos. A verdade é que gostava de jogar aquilo mas não tinha muito jeito. O David riu-se que nem um perdido.
- Ri-te, ri-te! - disse fingindo-me de amuada.
O David agarrou numa bola e atirou e derrubou todos os pinos.
- É assim que se joga. - disse com um ar convencido.
- Cala-te, eu vou ganhar! - afirmei convicta e o David riu-se.
Agarrei numa bola e quando ia a atirar e David interrompeu-me.
- Cê tá fazendo mal. Eu te ensino. - disse chegando-se perto de mim - Põe o pé esquerdo aqui... - disse apontando para o sitio onde eu deveria de meter o pé - E agora põe o pé direito um pouquinho mais atrás.
- Assim? - perguntei para confimar.
- Sim, agora atira a bola com força. - disse e eu assim fiz.
Atirei a bola e consegui derrubar todos os pinos e olhei para o David que estava com um sorriso de menino lindo estampado na cara.
- Vês? Eu jogo muito bem! - disse com ar convencida.
- Porque eu te ensinei! - disse rindo-se.
- Não ensinaste nada! Eu é que tenho um talento natural só que há muito tempo eu não jogava isto e estava a perder a práctica. - disse em tom de brincadeira e pus-lhe a lingua de fora.
- Eu é que sou um bom professor !
Ele pegou numa bola e atirou-a, mas só derrubou um pino e eu não resisti e gozei com ele.
- Tens razão és um bom professor, porque é como se custuma dizer... Quem não sabe ensina! - disse e soltei uma gargalhada.
- Não diga bobagem, eu só atirei mal a bola. - defendeu-se e fez uma cara engraçada e eu ri-me.
- Pois, claro que foi isso! - disse ironicamente entre risos.
Continuámos o jogo e estava-me a correr bem usando a técnica dele. O jogo não estava a correr muito bem ao David, parecia que ele estava a jogar mal de propósito mas não liguei muito, estava a ser muito divertido estar ali com ele. O jogo acabou e eu ganhei e como é óbvio gozei com o David e esse pareceu bastante contente, e pelo que eu conheço do David ele ia ficar amuado por ter perdido, mas antes pelo contrário, estava feliz. Mas eu não liguei muito e continuei a gozar com ele. Saimos da pista e entregámos os sapatos ao empregado e saimos em direcção ao parque de estacionamento para irmos para a casa, e eu continuei a gozar com o David. Fiquei mesmo contente por o ter ganhado!
- Tu és mesmo fraquinho! - provoquei-o - Posso dar-te um conselho? - perguntei tentanto fazer uma cara séria.
- Qual? - perguntou curioso.
- Fica mesmo só pelo futebol porque no bowling não tens futuro. - disse em tom de brincadeira seguido de uma gargalhada.
- Eu vou dizer a verdade p'ra você. - disse enquanto entrávamos no estacionamento - Eu deixei você ganhar! - disse e riu-se.
- Cala-te, não deixas-te nada! Só 'tás a dizer isso porque eu ganhei. - disse a rir-me enquanto procurávamos o carro dele.
- Deixei sim! - disse quando encontrámos o carro.
- Não deixas-te nada, só 'tás a dizer isso para não adimitires que jogas mal!
- 'Tô falando a verdade. Ontem cê disse que ficava bem se eu deixasse você ganhar, então foi o que eu fiz! - explicou-se a olhar-me nos olhos.
- Ah, isso não vale! Agora eu quero a desforra! - disse cruzando os braços e encostando-me ao carro fingindo ficar amuada.
O David aproximou-se de mim com um sorriso maroto na cara.
- Só deixei você ganhar porque você me pediu. - disse olhando-me nos olhos.
- Mas isso foi ontem. - disse baixando o olhar para o chão.
O David nada disse apenas pôs o dedo indicador no meu queixo fazendo com que eu olhasse para ele. Descruzei os braços e olhámo-nos nos olhos. Ele tem uns olhos tão lindos verdes-esmeraldas... Mas tirei o meu olhar do dele e sem que eu desse conta os meus olhos se fixaram nos seus lábios. E que lábios... Nesse momento deu-me uma vontade enorme de o beijar e achei mesmo que esse desejo se ia realizar. O David aproximou lentamente o seu rosto do meu fazendo anunciar o momento que eu tanto desejava, e ao olhar-me nos olhos, percebi que ele desejava o mesmo que eu. A sua mão pousou na minha cintura o que me fez tremer e a outra delicadamente pousou no meu rosto e fez um leve carícia. Ele diminui ainda mais a distância ficando os nossos lábios a menos de dois centímetros de se tocarem...