sábado, 30 de abril de 2011

Capitulo 11 - Isso já está a ficar sério

Queridas leitoras,

Em primeiro lugar quero pedir-vos muitas, muitas, muitas desculpas por ter demorado tanto para postar um novo capítulo, mas realmente não tenho tido muito tempo por causa da escola e também porque tenho tido alguns problemas no meu computador.
Em segundo lugar quero vos pedir um favor: eu e o meu grupo de área de projecto estamos a fazer um trabalho para angariar fundos para instituições de animais abandonados e maltratados, e para que esse trabalho se torne mais fácil resolvemos criar um blog onde daremos informações sobre como podem ajudar, se quiserem claro. E assim deixo-vos aqui o link do blog: http://projectoajuda2011.blogspot.com/
Espero que fiquem sensibilizadas e que tentem ajudar como poderem.
Obrigada e mais uma vez desculpem pela demora.
Espero que desfrutem do novo capítulo e que comentem!

Beijinhos :)

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

"Beatriz"

Acordei era bastante cedo, não tinha dormido muito bem. Ontem mal cheguei a casa fui-me logo deitar e tentar adormecer. Eu não queria pensar no quase beijo que eu e o David demos, porque sabia que ia pensar demais e depois ia-me arrepender. Estava farta de andar às voltas na cama, por isso levantei-me e decidi ir da uma corridinha pela praia. Ia-me fazer bem e eu gostava de fazer exercício. Levantei-me da cama e fui mudar de roupa. Vesti uma roupa bastante prática e fresca para fazer desporto. Atei o cabelo, pus o meu relógio no pulso, peguei nas chaves de casa e logo de seguida saí, sem tomar pequeno-almoço, apenas agarrei no meu ipod e fui até a praia mais próxima fazer a minha corrida. Quando cheguei, pus os phones nos ouvidos, liguei a música e pus o volume no máximo, e começei a correr. Corri muito velosmente. A verdade é que não queria pensar, não queria confundir-me, apesar de já estar confusa, por isso corri o máximo que pude. Acho que nunca corri tanto na minha vida! Mas estava-me a fazer bem sentir o ar da praia a bater contra a minha cara. Quando já estava completamente esgotada, dirigi-me a um pequeno bar que havia na praia e comprei uma água. Depois sentei-me num dos bancos, e pus-me a contemplar o mar, e sem eu querer, a imagem do David veio à minha cabeça e um sorriso meio parvo formou-se nos meus lábios. Não sabia porque me sentia assim, conhecia-o há tão pouco tempo... Mas ele era uma óptima pessoa, das poucas vezes que estive com ele senti que não estava com o David Luiz, o jogador do Benfica, mas sim com o David, uma pessoa normal. Eu não sei o que se passou comigo ontem, mas aquela proximidade toda entre mim e o David deixou-me desconcentrada, sem saber o que fazer e o que dizer, apenas consegui concentrar-me nos lábios dele. Senti uma vontade enorme de o beijar, e se o Gustavo não tivesse tocado à campainha acho que o tinha beijado mesmo! Mas depois daquele "quase beijo" fiquei atormentada, não consegui olhar para o David... Várias perguntas vieram à minha cabeça, tais como: O que foi aquilo? Como é que aquilo poderia acontecer? Será que ele também queria beijar-me? A verdade é que não tinha nenhuma resposta para essas perguntas. Não sabia o que sentia, nunca me tinha sentido assim tão confusa, mas o que mais me atormentava era o simples facto de o conhecer há tão pouco tempo e não perceber o porquê de ele não me sair da cabeça! Acho que estou a sentir algo mais forte por ele e isso é uma coisa que não me agrada nada, porque apesar de ele ser uma excelente pessoa, ele é o David Luiz, um jogador de futebol que a qualquer momento pode ser comprado por outro clube.
Fiquei mais alguns instantes a saborear a minha água, a contemplar o mar e completamente perdida em pensamentos, até que olhei para o relógio e vi que já eram 13:48h. Nem sequer dei pelas horas passar, e a Daniela já devia ter acordado e já devia de estar a fazer os seus filmes. Por isso apressei-me a ir para casa, dando mais uma corrida e quando cheguei decidi subir pelas escadas. Cheguei à porta de casa completamente estoirada, pus a chave na porta e abri-a. Entrei e a Daniela estava na sala sentada no sofá.
- Onde é que tu estavas? Fartei-me de te ligar! Já estava a ficar preocupada! - disse com um ar chateado.
- Fui correr um pouco, precisava de espairecer... E deixei o telemóvel em casa! - respondi-lhe ainda um pouco ofegante.
- Bonito! A menina vai correr e não me avisa! - disse com um ar de mãezinha.
- Desculpa, não volta a acontecer mãe! - disse a picá-la e a agarrar-me a ela dando-lhe um leve beijo no rosto. 
- Espero bem que não! Agora vai tomar banho que estás toda soada. Que nojo! - disse afastando-se de mim e eu ri-me.
- Sim é o que eu vou fazer. - disse a sair da sala e a dirigi-me para o meu quarto.
- E eu vou fazer o almoço! - informou-me num tom de voz mais elevado para eu a ouvir.
- Ainda bem porque eu estou a morrer de fome! - gritei já dentro do meu quarto.
Fui tomar um banho relaxante e novamente veio-me a imagem do David à cabeça. Aquele homem estava-me a deixar doida! Saí do banho, passei um pouco de creme pelo meu corpo e fui me vestir. Escolhi uns calções brancos e uma camisola preta simples pois era só para ficar em casa e então não precisava de estar muito arranjada. Deixei o cabelo secar ao natural e fui para a cozinha, e lá estava a Daniela a acabar de fazer o almoço.
- Hum cheira tão bem... - disse ao entrar na cozinha.
- Sabes como é. Aqui a tua melhor amiga tem uns exelentes dotes culinarios. - disse com um ar convencido.
- Sim, pois é claro. - disse ironicamente.
- Tu sabes que é verdade! Agora vai pondo a mesa enquanto eu acabo isto. - ordenou-me com um grande sorriso.
Pus a mesa e depois comemos entre brincadeiras, mas mesmo assim não conseguia tirar o David da minha cabeça. Depois do almoço fomos para a sala ver um pouco de televisão. Sentámos-no no sofá e ficámos a ver um programa que estava a dar na MTV. Quando acabou o programa, dirigi-me até ao meu quarto para buscar o meu telemóvel. Nem sequer tinha tocado nele hoje, e quando olhei para ele tinha cinco chamadas não atendidas, quatro da Daniela e uma do David. Fiquei surpreendida! Não estava à espera que ele me ligasse. Ainda pensei em ligar-lhe novamente mas já tinha passado três horas desde que ele me ligou e se fosse alguma coisa importante ele tinha me ligado novamente. Mas porquê que haveria ele de me ligar? Voltei para sala intrigada.
- O David ligou-me ... - disse sentando-me ao lado da Daniela.
- O que ele queria? - perguntou-me a sorrir.
- Não sei, não atendi. - disse a olhar para o telemóvel.
- Porquê? - perguntou-me um pouco indignada.
- Porque ele ligou-me quando eu estava a correr! - disse com uma voz calma.
- Ah então liga-lhe outra vez!
- Não! Achas?! Já se passaram tês horas desde que ele me ligou. Se fosse alguma coisa importante ele voltava-me a ligar! - afimei olhando para ela.
- Oh liga-lhe! Se não fosse importante ele não te ligava. E se calhar não te voltou a ligar porque estava à espera que fosses tu a fazê-lo.
- Achas mesmo? - disse um pouco confusa.
- Sim, acho! Liga-lhe vá. - ordenou-me com um grande sorriso.
Eu assim o fiz. Levantei-me do sofá e fui até à varanda para lhe ligar e falar mais à vontade, pois a Daniela é muito cusca e de certeza que ia ficar a ouvir a conversa. Não queria muito o fazer, mas estava mesmo curiosa para saber o motivo dele me ter ligado. Liguei-lhe finalmente e ao fim de três toques ele atendeu.
- Alô.
- Olá David.
- Oi Bia. Tudo bem? - perguntou-me educadamente.
- Sim e contigo?
- Também!
- Olha desculpa eu encomodar-te mas só te liguei porque tu me ligaste. Aconteceu alguma coisa? - perguntei apressadamente.
- Não aconteceu nada, só te liguei para te convidar para almoçar comigo, mas você não atendeu e eu tive que almoçar sozinho. - disse com uma voz um pouco desiludida.
- David desculpa! É que eu fui correr e deixei o telemóvel em casa, e só agora é que vi a chamada. - desculpei-me, tinha ficado mesmo mal por não o ter atendido.
- Não tem problema não. - disse com a voz ainda um pouco desiludida.
- Vais ter treino agora? - perguntei logo visto que tive uma ideia.
- Não. Já tive hoje de manhã.
- Então podiamos ir beber um café, o que dizes? - não sei como tive coregem para dizer isso mas disse.
- Por mim tudo bem, posso ir ai te buscar? - perguntou e pela sua voz percebi que estava a sorrir.
- Se não te importares, claro que podes!
- Claro que eu não me importo. Passo aí daqui a meia hora, 'tá bom? - disse com uma voz mais contente.
- Sim, 'tá óptimo. - disse sorridente - Então até já. - despedi-me.
- Até já, beijo. - despediu-se e desligámos.
Um sorriso parvo apareceu no meu rosto. Voltei para a sala com esse mesmo sorriso e a Daniela logo começou a provocar-me.
- Esse sorrisinho estúpido é porque tiveste a falar com o Davidizinho né?
- Cala-te parva. - disse um pouco irritada.
- O que falaram? - perguntou-me curiosa.
- Nada de especial, vamos tomar um café daqui a bocado. - sorri.
- Ai... Isso já está a ficar sério. Primeiro é o jantar e agora é o café... Sim senhora, 'tou a gostar! - disse a gozar comigo.
- É só um café... E agora eu vou me arranjar, já estou farta de ouvir as tuas parvoices. - disse saindo da sala.
- Ah sim! Tens que te pôr bonita para o mister caracóis. - disse a provocar-me.
Não lhe respondi. Fui para o meu quarto e vesti uma roupa simples, e calçei uns saltos altos. Maquilhei-me e dei um jeitinho ao cabelo. Pouco tempo depois o David mandou-me mensagem a dizer que já estava lá em baixo à minha espera. Agarrei na minha mala, saí do quarto, passei pela sala e dei um beijo a Daniela, e desci. Logo avistei o audi Q7 branco do David e dentro estava ele com um sorriso lindo nos lábios. Entrei no carro e cumprimentei-o. Estavamos um pouco embaraçados por causa do que se passou ontem, mas ele não tocou no assunto e eu também não o ia fazer. Se calhar para ele não foi tão significativo como para mim... Decidimos ir ao Colombo pois era mais perto. Fomos o caminho a falar de coisas normais. O David ia o caminho todo muito atento à estrada e eu não consegui deixar de reparar em cada traço do seu rosto perfeitamente delineado, e com os seus caracóis caidos pelo seu rosto, dava-lhe um ar tão angelical que me deixava caidinha... Chegámos ao colombo e sob o olhar atento de alguma pessoas fomos até a um pequeno café que lá havia e pedimos os nossos cafés, sem a preocupação do que poderia acontecer a seguir...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Capítulo 10 - Chegaste na hora certa !

"David"

Acordei um pouco tarde e com a Bia na cabeça. Não entedia como é possivel em tão pouco tempo aquela menina conseguir mexer comigo da maneira como 'tá mexendo. Não paro de pensar nela um segundo, desde dia que eu conheci ela. Aquele sorriso perfeito e aqueles olhos azuis lindos, não me saiem da cabeça. A noite de ontem foi tão boa, foi tão bom conhecer ela melhor! Ela foi tão simpática... Não encontro nenhum defeito nela! Acho que 'tou sentido saudade dela. Não sei bem explicar mas quero voltar a encontrar ela. A noite de ontem não me sai da cabeça. Cada palavra dela eu lembro na perfeição. A voz doce dela, ainda 'tá ecoando na minha cabeça. Nossa, como essa menina é perfeita! Acho que o pessoal tem razão, eu 'tou mesmo ficando amarradão nela. Depois de muito pensar na Bia, um sorriso apareceu na minha cara.
Levantei da cama e fui tomar um banho rápido pois ia almoçar na casa do manz e depois a gente ia para o treino. Acabei de tomar banho e logo de seguida fui me vestir. Preparei o meu saco para levar para o treino, e peguei nele e na minha carteira, e saí de casa directo pra casa do Ruben. Quando cheguei, toquei a campainha e não demorou muito até ele abrir.
- E ai manz? Tudo bom? - cumprimentei alegremente.
- Claro mano, eu tou sempre bom! - disse muito bem disposto. - Entra cara de cu! - ordenou-me.
Entrei e a mãe do Ruben estava na sala, com o seu sorriso caracteristico.
- Oi D. Anabela. - cumprimentei-a dando-lhe dois beijos no rosto.
- Olá querido, tudo bem? - disse sempre muito simpática.
- Tudo e com a senhora? - perguntei educadamente.
- Também. - sorriu - Bem meus amores, eu vou indo para a minha casinha que ainda tenho que fazer uma compras. Deixei o almoço para vocês pronto. - informou-nos.
- 'Tá bem mãe. - disse o Ruben.
A D. Anabela deu-me um beijo de despedida e outro ao Ruben, que depois lhe acompanhou à porta.
- Bem puto, bora comer? - perguntou o Ruben.
- Que que 'cê 'tá esperando? - disse gozando com ele.
Seguimos para a cozinha e servimo-nos do arroz de pato que a D. Bela tinha deixado para a gente. Depois sentámo-nos na mesa e começámos a comer.
- Então meu, como correu as coisas com a Bia depois do treino? - perguntou curioso.
- A gente foi jantar e depois fomos dar uma volta pela praia e conversar um pouco. - disse com um sorriso só de me lembrar dela.
- E beijaste-a? - perguntou com ar de gozo.
- Não... - respondi calmamente.
- Então meu! 'Tás a desiludir-me! - disse em tom de brincadeira.
- Deixa de ser babaca manz. - disse a dar-lhe uma leve chapada na cabeça.
- Olha ai pá! - refilou - Mas bem, como o Rubenzão aqui é muito antencioso e lindo, convidei a Bia e a Daniela para virem cá jantar hoje connosco. - disse com um ar orgulhoso.
- 'Cê só convidou porque cê queria tar com a Dani! - afirmei só para gozar com ele, mas fiquei mesmo feliz pois ia voltar a encontrar com a minha menina simpática, como eles custumam dizer.
- Não digas parvoices! Tu é que 'tás aí todo apanhadinho pela menina Beatriz! - disse para mudar de assunto e para gozar comigo.
- Não me enche o saco! - disse fingindo uma irritação.
- Só disse a verdade! E olha meu, depois temos que ligar p'ro Gustavo para o convidar também. - informou-me calmamente.
- Eu faço isso, antes da gente ir para o treino.
Continuámos a comer e quando acabámos liguei ao Gustavo, que aceitou o convite para ir jantar a casa do Ruben, mas disse que ia chegar um pouco mais tarde porque tinha que fazer umas coisas. Depois de falar com o Gustavo, eu e o Ruben seguimos caminho para a caixa. Quando chegámos, equipámo-nos e fomos treinar. O treino foi puxado mas correu surper bem. Assim que terminamos, fomos para os balneários tomar banho. Eu 'tava um pouco ansioso pois não via a hora de voltar a estar com a Bia. Acabei de tomar banho e fui-me vestir. Os caras ficaram-me zoando porque o boca grande do Ruben contou p'ra eles que eu fui jantar com a Bia ontem. Mas eu nem liguei para eles não, 'tava demasiado feliz p'ra isso. Depois de acabar de trocar de roupa, eu e o Ruben seguimos novamente para a casa dele. Quando chegámos decidimos ir jogar playtation para passar um pouco o tempo, pois ainda era cedo. Ficámos a jogar, mas eu não 'tava prestando muito atenção ao jogo. Queria que ela chegasse mas ela nunca mais chegava, e eu estava a ficar um pouco impaciente, até que não aguentei mais e perguntei pro Ruben:
- Que horas elas vão chegar manz?
- A Daniela disse que lá pelas sete 'tavam aqui, por isso devem tar quase a chegar . - disse com os olhos postos no jogo.
- Ah 'tá bom. - disse calmamente.
- Não te preocupes, ela chega meu. - sorriu - E agora não me desconcentres só porque 'tás a perder. - disse a rir-se.
Ficámos mais algum tempo a jogar até que a campainha tocou. O Ruben pôs pausa no jogo e foi abrir. Finalmente elas chegaram.
- Olá feio! - ouvi a Daniela cumprimentar o Ruben.
- Olá gorda! - cumprimentou-lhe também.
- Boa noite. - reconheci de imediato a voz meiga da Bia e um sorriso meio parvo apareceu no meu rosto.
- Boa noite Bia. - disse o Ruben.
Elas entraram e foram até à sala. Como ela estava linda... Aquele vestido ficava mesmo bonito nela! Eu me levantei do sofá para as cumprimentar.
- Oi gente! - cumprimentei com um grande sorriso.
- Olá! - disse a Daniela animadamente.
A Bia apenas sorriu, reparei que ela estava um pouco timida.
- Cês demoraram. - afirmei.
- Oh... 'Tavas com saudades da Bia, é? - perguntou-me a Daniela a gozar comigo enquanto me dava um beijo na cara.
- Não seja boba. - foi a única coisa que consegui responder ao reparar que a Bia corou ligeiramente e que o Ruben se ria.
- Eu não sou boba não. - disse imitando o meu sotaque e todos se riram.
- Bem, malta bora jogar?! É que eu tava a dar uma abada aqui ao David. - disse o Ruben me provocando.
- 'Cê só tá ganhado 1-0, mas descansa que eu já vou virar esse jogo. - disse enquanto o Ruben se sentava no sofá e a Daniela sentou-se ao lado dele.
- Então vem, fraquinho. - disse provocando-me.
- 'Cê já vai ver quem é o fraquinho!
- Vocês são piores que as crianças - disse a Daniela.
- Não somos nada. - retorqui e olhei para a Bia que se estava a rir ligeiramente - Senta aqui e vem ver esse babaca perder. - disse e ela sorriu delicadamente, e sentou-se do meu lado.
Começámos a jogar e pouco tempo depois eu marquei um golo e todo o mundo gozou com o Ruben que ficou amuado. Logo de seguida maquei outro e festejei sambando e gozando ainda mais com o manz, que ficou mesmo irritado algum tempo, até que o jogo acabou e eu ganhei 2-1.
- Cê é muito fraquinho mesmo! - disse provocando o Ruben.
- Isso foi sorte. - disse amuado.
- Sorte? Cê quer jogar outra vez para ver se foi sorte? - perguntei para o provocar mais.
- Ó meninos, vocês não se cansam? - disse o Daniela a rir-se - E já agora, o Gu... Ele não vem? - perguntou um pouco confusa.
- Ele vem mais tarde porque tinha uma coisa pra fazer. - respondi calmamente - Mas e ai manz? Vai querer a desforra? - perguntei ainda a provocá-lo.
- Eu jogo contigo! - ouvi a voz da Bia muito decidida e virei-me para ela.
- Tem a certeza? Olha que eu não gosto de ganhar das meninas não, mas se tiver de ser eu ganho. - disse brincando com ela.
- Eu não sou como o Ruben,. - disse a gozar com ele e eu a Daniela rimo-nos, mas o Ruben continuou com o seu amuo - Vais levar uma abada que nunca mais vais te esquecer. - disse me provocando.
- Então a gente vai ver isso. - disse dando-lhe o comando da play.
Ela fez um sorriso perfeito que me deixou completamente enfeitiçado, e agarrou no comando. Começámos o jogo e algum tempo depois ela marcou um golo. Fiquei impressionado, mas não podia deixar ela ganhar, e pouco tempo depois eu marquei um golo. Aquele jogo estava sendo muito legal, porque ela jogava um pouco esquisito mas por incrivel que pareça dava certo e ai ela acabou marcando mais um golo mas não demorou muito até eu marcar outro também. Continuámos o jogo entre algumas provocações, até que eu marquei mais um golo e ganhei outra vez.
- Viu? Ninguém me ganha. - disse provocando ela.
- Oh... - disse fazendo  beicinho.
- Que mau perder que esses dois têm. - disse a Daniela a rir-se.
- Ah! Ele é que é batoteiro. - disse o Ruben levantando-se do sofá e indo em direcção à cozinha.
- Não, vocês é que são fraquinhos. - disse com a voz mais alta para o Ruben ouvir e soltei uma gargalhada.
- Eu vou lá falar com ele. - disse a Daniela a rir-se - E aproveito e vou beber água que eu tou com sede. - saiu.
- Não te ficava nada mal deixares-me ganhar. - disse a Bia levantando-se do sofá e virando-me as costas com um amuo visivelmente fingido.
Levantei-me do sofá e cheguei-me perto dela.
- Da próxima vez te deixo ganhar. - disse baixinho.
Ela virou-se para mim, e ficámos cara-a-cara. A gente se olhou mesmo nos olhos. Um silêncio meio constrangedor formou-se.
- Não é preciso... - disse um pouco atrapalhada e quebrando o silêncio que se instalou.
Eu não disse nada, permaneci calado e olhando nós seus olhos lindos. Num acto espontâneo e sem pensar, fui me aproximando mais dela, diminuindo cada vez mais a distância entre nós. Nesse momento tava me dando uma vontade louca de beijar ela, e consegui ver nos seus olhos que também me queria beijar por isso não exitei mais e reduzi ainda mais a distância entre nós, e quando ia unir os nossos lábios, a campainha tocou e num impulso afastámo-nos.
- Eu vou! Deve ser o Gustavo. - gritou o Ruben saindo da cozinha.
Eu e a Bia não dissemos nada. Ficámos apenas a olhar um p'ro outro e a reflectir aquele momento que tinha acabado de acontecer.
- Desculpem o atraso gente. - disse o Gustavo entrando na sala.
- Chegaste na hora certa Gu! - disse a Daniela saindo da cozinha e entrando na sala.
Depois da Daniela dizer aquilo, Bia rapidamente desviou o olhar de mim e virou-se para o Gustavo.
- Chegou mesmo na hora certa, meu irmão. - disse com um certo ironismo e um pouco desiludido.
- Então e você é...? - perguntou aproximando-se da Bia.
- Sou a Bia e tu deves ser o Gustavo não é? - disse com um sorriso um pouco atrapalhado, mas sincero.
- Sim, já ouvi falar muito de você. - disse e cumprimentou-a - aqui o Daví não fala outra coisa além de você. - ela corou imediatamente.
- Eu 'tou morrendo de fome. - disse para mudar de assunto.
- Eu também! Vamos pedir umas pizzas? - sugeriu o Ruben.
- Por mim tudo bem - concordou a Daniela.
- Por mim também. - disse a Bia com a voz um pouco a falhar.
- Eu ligo! Que pizzas cês querem? - perguntou o Gustavo.
O Ruben e a Daniela é que escolheram as pizzas. Eu e a Bia simplesmente concordávamos. A gente olhava um para o outro e eu percebi que ela estava um pouco sem jeito com a situação de há pouco. Enquanto a gente esperava as pizzas, o Ruben e o Gustavo foram jogar um pouco de playstation e eu apenas obsevava a Bia que estava do lado da Daniela, concentrada a ver o jogo deles. Pouco depois, vieram entregar as pizzas e eu fui à porta buscar, paguei e agradeci ao senhor, e depois voltei para sala junto do pessoal e começámos a comer. Depois de comermos, fomos jogar mais um pouco. A Bia não falava muito, estava com um ar um pouco pensativo. Nós trocamos vários olhares, aquela garota tava me deixando louco... Como já era um pouco tarde, a Bia e a Daniela decidiram ir-se embora.
- Bem malta, nós vamos embora que já está tarde. - informou a Daniela.
- Não 'tá nada... - disse o Ruben.
- 'Tás ai tão interessado nesse jogo que nem olhaste para o relógio. - disse a Bia sorrindo ligeiramente.
- Então 'tá bem. Vão com cuidado! - odenou o Ruben a olhar para a Daniela.
- Sim, paizinho! - disse a Daniela em tom de brincadeira - Boa noite! - desejou-lhe e deu-lhe um beijo na bochecha.
A Daniela também despediu-se de mim e do Gustavo com dois beijos na cara, e a Bia fez o mesmo. Primeiro no Ruben, depois no Gustavo e por ultimo em mim.
- Xau. - disse muito calmamente e a olhar-me nos olhos e deu-me dois beijinhos.
- Tchau. - despedi-me olhando nos olhos dela.
Ela sorriu levemente e quando ia em direcção à porta acompanhada pela Dani, o Ruben interrompeu-as.
- Eu levo-vos a porta!
- Não é preciso. Continua a jogar! - ordenou a Daniela a sorrir.
O Ruben assim fez, e elas seguiram para a porta. Não consegui tirar os olhos da Bia até elas sairem e fecharem a porta.
- Oh puto, 'tás mesmo apanhadinho. - gozou o Ruben.
- Não tou nada babaca ! - disse virando-me para ele.
- Então cê não se importa que eu convide ela pra jantar né? - perguntou o Gustavo com um ar sério.
Meu coração congelou na hora. Não sabia o que dizer, não sabia o que responder, fiquei completamente sem reacção.
- Eu tava brincando, mas agora já tenho a certeza que cê tá amarradão na menina. - disse e desmachou-se numa gargalhada a qual o Ruben o acompanhou.
- Cês são dois babacas! - disse irritado.
Eles continuaram-me zoando enquanto jogavam. Algum tempo depois eu e o Gustavo despedimo-nos do manz, e cada um foi para sua casa. Quando cheguei à minha, fui trocar de roupa e deitar-me. Demorei um pouco a adormecer... 'Tava pensando na Bia. Acho que 'tou ficando mesmo amarradão nessa garota...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Capítulo 9 - Isso é tudo para o Ruben?!


Acordei com a Daniela a saltar em cima de mim, muito eufórica.
- Ai, que chata! - resmunguei abrindo os olhos - O que queres a esta hora da manhã? - perguntei com o meu mau humor matinal.
- Bom dia para ti também! - disse ironicamente - Agora vá, conta-me tudo. Como correu as coisas com o mister caracóis? Deve ter corrido muito bem porque tu disseste que só ias ver o treino mas no entanto não vieste jantar em casa!
- Então, eu fui ver o treino e depois ele convidou-me para jantar e eu aceitei... - disse fazendo um pouco de mistério, mas um sorriso meio parvo formou-se no meu rosto ao lembrar-me da noite anterior.
- Sim... E mais? Por esse sorrisinho parvo 'tou a ver que o jantar correu muito bem!
- Por acaso até correu muito bem, ele é muito simpático. - disse com um certo brilho no olhar.
- Ah não acredito! Beijaram-se?! - disse um pouco estérica.
- Não! Claro que não! Não sejas parva. - disse num tom sério, mas depois ri-me pois ela estava com uma expressão engraçada estampada no rosto.
- Oh, então conta-me o que aconteceu? - pediu fazendo um pequeno beicinho.
- Então, ele levou-me a um restaurante perto de praia, fomos jantar e depois decidimos ir dar uma volta pela praia. Começámos a falar um do outro e ele falou da familia dele e eu falei da minha. Ah, e depois ele trouxe-me a casa. - disse muito resumidamente, pois se lhe contasse promenores ela ia começar a fazer filmes.
- Acho que não foi só isso mas pronto. - disse com um sorriso matreiro.
- Ele é tão querido. - desabafei sem pensar.
- 'Tás mesmo a ficar apanhadinha. - disse a gozar comigo.
- Cala-te, não digas disparates. - disse dando-lhe uma leve chapada no ombro. - E agora vai-me fazer o pequeno almoço enquanto tomo banho e mudo de roupa. E vai rápido que eu estou faminta. - ordenei em tom de brincadeira.
- Grande lata a tua ! - disse fingindo-se amuada.
- Vai, rápido!  - ri-me.
- Eu só vou porque sou muito simpática. - disse levantando-se da cama e seguindo em direcção a porta.
- Sim, claro, também te amo. - disse e ela saiu.
Levantei-me da cama com um grande sorriso. Adorava estes momentos com ela! Fui tomar um banho rápido e vesti-me. Escolhi uma camisola branca e uns calções de ganga curtos. Sequei o cabelo e calçei uma sandálias baixinhas. Logo de seguida fui para cozinha ter com Daniela e tomar o pequeno-almoço que já estava pronto, e ela estava sentada a mesa à minha espera.
- Hum... Esmeraste-te. - disse a provocá-la.
- Senta-te e come. - pôs-me a lingua de fora.
Sentei-me ao lado dela e servi-me do sumo de laranja que ela tinha feito.
- Então o que vamos fazer hoje? - perguntei sorrindo.
- Vamos almoçar fora com um amigo meu da faculdade que eu te quero aprensentar.
- E já me perguntaste se eu quero ir? - perguntei fazendo uma cara séria.
- Não, mas também não é preciso, porque vais, querendo ou não!
- Sendo assim, não posso recusar. - sorri.
- Pois não!
Continuámos a comer entre risos e brincadeiras, mas fomos interrompidas pelo telemóvel da Daniela a tocar. Ela levantou-se da mesa e foi atender. Passado pouco tempo desligou a chamada e voltou-se a sentar.
- Quem era? - perguntei um pouco curiosa.
- O Ruben. - disse com um sorriso radiante.
- Ui... Isso explica essa sorrisinho!
- Cala-te ó parva. Ele ligou a convidar-nos para jantar em casa dele hoje, e eu disse que sim! - informou-me com o mesmo sorriso.
- Mas hoje vais tomar todas a decisões por mim ou quê? - perguntei fingindo-me amuada.
- Pelos visto sim. - rimo-nos - E não fiques assim porque pelo que eu percebi o teu caracolinhos vai lá estar. - disse a piscar-me o olho.
- Ai vai? E só vamos estar lá nós os quatro? - perguntei fingindo não dar muita importância, mas a verdade é que fiquei feliz porque queria voltar a ver o David.
- Sim vai, e acho que também vai um amigo deles, o Gustavo.
- Hum... E a que horas vamos?
- Lá pelas sete. - respondeu com um grande sorriso.
- Olha tou feliz por saber que não vou fazer de vela sozinha. - disse a gozar com ela.
- Acho que vou ser eu e o Ruben a fazermos de vela. - disse a provocar-me.
- Cala-te! Eu e o David somos só amigos. - afimei sem a encarar.
- Pois conta-me histórias. - disse num tom irónico - Agora eu vou tomar um banho e vou me vestir enquanto tu arrumas isso tudo. - disse a apontar para a mesa e riu-se.
- És mesmo parva. - brinquei com ela.
- É a vida! - saiu.
Levantei-me e fui arrumar a cosinha. Pus a loiça no lava-loiças e resovi lavá-las à mão, pois era pouca. Acabei de as lavar e guardei o resto das coisas que estavam em cima da mesa no seu devido lugar. Quando acabei de arrumar tudo, fui até à varanda e fiquei a obsevar a vista, e a sentir o ar de Lisboa no rosto. Nesse mesmo instante, veio-me à cabeça a imagem do David. Como ele era lindo! Nunca tinha conhecido uma pessoa como ele... Ontem ele surpreendeu-me, nunca imaginei que ele fosse tão educado, tão humilde, tão simples. Estava ansiosa por voltar a vê-lo.
Fui para a sala e fiquei à espera da Daniela. Liguei a televisão e começei a fazer zapping pelos canais até que parei no benfica tv. Estava a dar uma entrevista com o David... Ele estava tão lindo! Estava muito atenta até que a Daniela apareceu.
- Podes tirar os olhos da televisão?! Vais tar com ele hoje à noite! - disse num tom provocador.
- Hã? Do que estás a falar? - perguntei fazendo-me de desentendida.
- Estás muito interessada na televisão. - riu-se.
- Ah cala-te! Só 'tava a fazer tempo. Tu estavas a demorar um eternidade! - justifiquei-me meio atrapalhada.
- Pois e ver o David Luiz é uma bela maneira de fazer passar o tempo. - disse piscando-me o olho.
- Ah, não me chateies! - disse irritada - Onde é que vamos almoçar com o teu amigo? - perguntei para mudar de assunto.
- Ao colombo. E vamos andando que não gosto de chegar atrasada.
- Sim, vamos. Deixa-me só ir buscar a minha mala. - disse dirigindo-me ao meu quarto.
Entrei no meu quarto, agarrei na minha mala e pus dentro o meu telemovel que tinha deixado em cima da mesa de cabeceira na noite anterior, e de seguida dirigi-me à sala novamente.
- Então vamos? - perguntei-lhe.
- Sim. Podemos ir no teu carro? É que hoje não me apetece conduzir.
- Sim, claro feiosa.
Saimos de casa e fomos para o meu carro. Quando chegámos a porta de entrada do colombo a Daniela avistou logo o seu amigo.
- Olá! - cumprimentou-lhe alegremente.
- Olá miuda! - cumprimentou-lhe também enquanto a abraçava.
- Bem, essa é a minha melhor amiga feia, a Bia - apontou para mim. - E Bia este é o meu grande amigo da faculdade, o Lucas. - apontou para ele.
Ele logo de seguida cumprimentou-me com dois beijinhos. Ele era um rapaz muito bonito, alto e tinha os cabelos loiros e uns olhos azuis grandes e parecia ser simpático.
- Olá Bia! - disse sorridente.
- Olá Lucas! - disse também sorridente.
- Vá, vamos comer que eu estou a morrer de fome! - disse passando a mão pela barriga.
- Sim vamos lá matulão! - disse a Daniela.
Entrámos para dentro do centro comercial, e fomos para a área de refeição entre risos. Quando chegámos decidimos ir comer a um restaurante que eles adoravam. Sentámo-nos numa mesa vazia e um empregado veio-nos atender. Fizemos os pedidos e não demorou muito até o empregado vir trazê-los. Comemos entre gargalhadas, e o Lucas era muito simpático, e até trocámos números de telemóvel. Assim que acabámos de comer, resolvemos ir comer um gelado pois o dia estava quente. Enquanto comiamos o gelado, eles contavam-me como era o curso de direito que ambos estavam a tirar. Ficámos a conversar e nem demos pelo tempo a passar. Já passava um pouco das cinco horas quando nos despedimos do Lucas e seguimos rumo a casa. Quando chegámos já eram seis horas. Apressámo-nos a ir para o quarto arranjar-nos. Eu até que fui rápida. Escolhi um vestido que a Daniela me tinha oferecido e pus umas sandálias recatadas que eu gostava muito.



Maquilhei-me ligeiramente e dei um jeitinho ao cabelo. Passei tudo da minha mala para outra mala, e já estava pronta. Fui para a sala e alguns minutos depois a Daniela apareceu, muito bonita.



- Uau, tás linda! Isso é tudo para o Ruben? - disse para a provocar.
- Cala-te! Eu estou igual a todos os dias. Agora anda que já vamos chegar atrasadas. - disse apressadamente.
- Só vamos chegar atrasadas porque tu demoraste uma eternidade a arranjar-te para o Ruben. - disse continuando a provocá-la.
- Vamos embora que o teu mal são as saudades do menino David Luiz. - disse abrindo a porta e saindo.
Não lhe respondi, sai atrás dela e fomos para o meu carro. Começei a conduzir e a Daniela foi me dando orientações para chegarmos a casa do Ruben. Estava mesmo ansiosa por voltar a ver o David. Esta noite prometia ...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Capítulo 8 - Como é que 'cê pensava que eu era?

Chegámos ao destino e o David estacionou o carro. Saimos e deparei-me com uma visão linda. O David trouxe-me a um restaurante lindo à beira da praia.
- Isto é lindo! - comentei com um grande sorriso.
- Pois é. Vem, vamô entrar que eu 'tou morrendo de fome. - disse com uma cara engraçada.
- Sim, vamos. Não quero que morras por minha causa. - disse e sorri automaticamente.
Entrámos no restaurante e um empregado dirigiu-se até nós, e pelo o que percebi era amigo do David.
- E ai mano, tudo bem? - perguntou-lhe o David.
- Claro, alguma vez me viste mal?! - disse animadamente.
- Não, não jamais. E cê arranja uma mesa p'ra gente?
- Claro meu. E tu não me vais apresentar a tua amiga? - perguntou a olhar para mim.
- Então essa é a Bia - apontou para mim - e Bia esse é o Pedro. - apontou para ele e sorriu.
- Olá Pedro. - cumprimentei-lhe a acenar levemente com a palma da mão.
- Olá Bia. - cumprimentou-me e sorriu - Agora sigam-me que eu vou levar-vos até a vossa mesa.
Seguimos-o até à mesa e sentámo-nos. O Pedro deu-nos a ementa e nós fizemos os pedidos, depois retirou-se deixando-nos sozinhos.
- O teu amigo é muito simpático. - disse para puxar conversa.
- É, ele é bem legal mesmo. - sorriu.
- Adorei o restaurante. - disse com um certo brilho no olhar.
O restaurante era mesmo giro, tinha uma decoração bonita e bastante moderna.
- Ainda bem que você gostou. - sorriu ternamente. - Mas me fala... Gostou do treino, apesar de eu não ter superado as suas expectativas?
- Gostei muito, e tu estiveste muito bem. Eu estava só a gozar contigo. - disse soltando um sorriso simples.
- Nesse caso, obrigado. - fez um sorriso timido.
- Não tens nada que agradecer, foste fantástico! Não ouviste as tuas fãs a gritarem por ti? - ri-me suavemente.
- É, eu teho que agradecer a Deus pelo carinho delas. - disse com um grande sorriso.
- És muito adimirado menino David Luiz. - sorri.
O David sorriu também e logo de seguida o Pedro apareceu com os nossos pedidos. Agradecemos e ele retirou-se. Jantámos entre alguns olhares. Não sei como mas o David mexia comigo, ele era dono de uma simpatia enorme que me cativava. Acábamos de jantar, e eu pousei os talheres no prato e virei ligeiramente a minha cabeça para o lado esquerdo e fiquei a contemplar a linda praia do lado de fora do restaurante, através de uma janela que se encontrava perto da nossa mesa. O David  reparou o quanto aquela praia me estava a encantar.
- Quer ir até lá? - perguntou-me com uma voz meiga.
- Sim. - respondi sorridente.
O David fez sinal ao Pedro para que ele trouxesse a conta. Houve uma grande "discussão" sobre quem pagava a conta, mas acabou por ser o David com a tão usada desculpa do "eu convidei, eu pago". Ele pagou e saimos do restaurante e fomos para a praia. Descalçámo-nos e fizemos uma caminhada pela praia.
- Me fale de você. - pediu-me o David.
- O que queres saber?
- Tudo! Me fala vai!
- Então... Sou uma rapariga normal, tenho 18 aninhos, vim de Aveiro morar com a Daniela e para fazer faculdade de psicologia porque acho que ser psicóloga é uma profissão que combina a 100% comigo, porque adoro ouvir as pessoas e gosto de as ajudar seja quem for. Mas gostava mais de trabalhar com crianças pois adoro-as, sou completamente apaixonada por elas! E também porque acho que elas são mais frágeis e precisam de bastante atenção. Pode parecer estranho ouvir isso, mas eu gosto de estudar, gosto de descobrir coisas novas! Mas não penses que sou obcecada pelos estudos porque também gosto de me divertir e de sair com os meus amigos. Há quem diga que sou muito perfeccionista, mas eu não acho. Gosto de fazer exercicio e de estar em forma. Gosto de ir à praia, adoro o Verão mas também adoro o frio do Inverno, apesar de ser bastante friorenta. E se tu não me interromperes não páro de falar porque como já deves ter percebido é uma coisa que eu gosto de fazer. - disse em tom de bricadeira pois o David ouvia-me muito atentamente e não me interrompia.
- Ah continua! 'Tava gostando de te ouvir!
- Não, agora é a tua vez! Fala-me de ti! - pedi a sorrir.
- Nossa, você é umas das poucas pessoas que não sabe pelo menos metade da minha vida. - disse com um leve sorriso baixando a cabeça.
- Pois, mas as únicas coisas que sei de ti é que és um excelente jogador e que és mesmo muito bom a contar piadas! - afirmei e ri-me levemente. - Por isso vá, fala-me de ti. - pedi-lhe calmamente.
- Bom, eu sou uma pessoa simples, igual a todas as outras, apesar de algumas não acharem isso. Me chamavam de macarrão porque eu era muito magrinho e por causa dos meus caracóis. Gosto de pessoas com personalidade e não gosto de pessoas egoístas. Gosto de comer, de dormir, de jogar playstation e de ganhar ao Rúben e ao Gustavo! Não gosto nada de perder! A minha mãe fala que sou um pouquinho chato porque sou rezingão e vou sempre atrás daquilo que eu quero. A prova disso é mesmo o futebol, saí de casa aos catorze anos para ir atrás do meu sonho incerto que era ser jogador de futebol. Para muitos não passa de um sonho mas eu trabalhei muito para chegar onde cheguei. Gosto de liberdade, não gosto de tá sozinho.  Gosto muito da minha família, e morro de saudades deles. Eles são as pessoas mais importantes na minha vida!
- Como ela é? Fala-me da tua familia. - pedi ao perceber o orgulho que ele tinha em falar dela.
- A minha familia é a melhor familia do mundo. Amo os meus pais e amo a minha irmã. Acho que sem eles, sem o apoio deles, eu não estaria aqui hoje. Prezo muito pelo respeito e pelo carinho do meus pais. Eu vou honrar os meus pais eternamente porque se não fossem eles, eu não seria o que sou hoje. Eu já fiquei um ano e meio longe deles, e só ligava uma ou duas vezes por semana, mas sempre que falava com eles não falava só por falar! Tudo que eles falavam eu absorvia da melhor maneira! Os meus pais mesmo 'tando longe, sempre tiveram muito presentes na minha vida pelas palavras. E eu tenho que agradecer a eles por tudo o que eles fizeram por mim e por toda a educação e pelos principios que eles me deram! Eu amo a minha familia! - disse com um grande orgulho na voz e com um grande sorriso que me deixou completamente derretida.
- Que lindo... - disse completamente maravilhada com o amor do David pela familia.
- Eles são muito importante para mim. Mas agora me fale da sua!
- A minha familia é pequena, mas é muito unida. Sou a única filha, e acho que por isso é que sou a menininha dos papás. Eles mimam-me de todas as maneiras possiveis, e apesar de às vezes ser mau, eu gosto! Sou abençoada por Deus por ter os pais maravilhosos que tenho. Eles sempre me deram tudo que eu quero, especialmente carinho. Quando saí de Aveiro, a pior parte foi deixá-los. Tenho o maior orgulho neles, eles são os meus idolos! O meu pai apesar de ter tido uma infância pobre, sempre batalhou e hoje é um grande médico! E a minha mãe é uma grande mãe! Ela deixou a carreira promissora como modelo só para cuidar de mim. - disse com muito orgulho dos meus pais e esboçando um leve sorriso.
- Sua mãe é modelo? Agora to entendendo de onde você ganhou tanta beleza. - elogiou-me o David.
Senti-me corar e virei a cara para que ele não percebesse.
- Não digas disparastes. - disse envergonhada.
- Desculpa a pergunta mas você tem namorado? - perguntou-me sem me encarar.
- Eu não... - sorri.
- Nossa, como é possivel uma menina tão linda como você não ter namorado!
- Em primeiro lugar eu não sou linda, e depois eu nunca tive um namorado a sério. Ando sempre muito ocupada, e como a Daniela costuma dizer eu não me apaixono porque eu não me dou tempo para isso.
Mas a verdade é que nunca encontrei a pessoa certa para me apaixonar... - olhei para o David que também estava a olhar para mim.
- Nunca se apaixonou, a sério? - perguntou-me com uma expressão engraçada.
- A sério, mas e tu tens namorada? - perguntei rapidamente.
- Não e me apaixonei poucas vezes. - disse com uma expressão mais séria.
Não percebi porquê, mas fiquei feliz pela resposta dele.
- Uau! O sex symbol do benfica está solteiro. As tuas fãs devem estar contentes! - disse em tom de bricadeira.
- Engraçadinha você. - disse e riu-se de seguida.
- É verdade. - disse pondo-lhe a lingua de fora.
- Quando começa as suas aulas?
- Segunda-feira. - soltei um suspiro.
- 'Tá nervosa? - perguntou-me sentando-se na areia fazendo sinal para que eu me sentasse do lado dele.
- Nervosa não. - sentei-me - Ansiosa talvez. Vir para Lisboa estudar sempre foi uma coisa que eu queria muito, e agora tenho um pouco de medo das coisas não correrem como eu espero. - disse fixado os meu
olhos no mar.
- Não tenha medo não, vai tudo correr bem. - disse com uma voz meiga e eu meti suavemente a minha franja atrás da orelha.
Tirei os meus olhos do mar, virei-me para o David e estantaneamente o olhar prendeu nos olhos dele, e ficámos assim e em silêncio durante escassos segundos.
- Surpreendeste-me. - afirmei quebrando o silêncio, e sem tirar os olhos dos do David.
- Por causa do restaurante? - perguntou-me um pouco confuso.
- Não. Por causa da pessoa que és e que eu nunca imaginei que poderias ser. - disse com um leve sorriso timido.
- Como é que 'cê pensava que eu era?
-  Como a maioria dos jogadores.- respondi o mais sincera possivel.
- Fico feliz por ter mostrado o contrario p'ra você. - disse com um sorriso perfeitinho e eu sorri também.
- Vamos? Já está a ficar tarde e tu deves estar cansado.
- Sim, vamô. - disse e levantou-se.
O David estendeu-me a mão para que eu me levantasse também. Ele era tão querido! Uma pessoa fantástica com uma simplicidade enorme! Estava a adorar conhecer o verdadeiro David Luiz.
Seguimos caminho entre risos até ao carro dele. Entrámos e o David começou a conduzir até à minha casa. Fomos o caminho todo a falar sobre o benfica. Confesso que não sabia muito bem o que falar pois não ligava muito ao futebol, mas gostava de ouvir o David falar.
- Chegámos. - informou-me.
- Sim, obrigada David. - sorri.
- Bia...- fitou-me - Adorei a noite. - completou e logo de seguida deu-me um leve beijo no canto da boca que me fez tremer.
- Eu também adorei a noite. - disse um pouco sem jeito mas com um leve sorriso nos lábios - Manda-me mensagem quando chegares a casa, só para eu saber que chegaste bem. - pedi-lhe sorrindo mas sem tirar os olhos dos dele.
- Mando sim.
- Então eu vou andando. Xau. - disse desviando o olhar dele e abrindo a porta do carro.
- Xau.
Dirigi-me para casa e reparei que só quando entrei no prédio é que o David arrancou com o carro. Subi para o meu andar pelo elevador, não conseguindo tirar o sorriso meio parvo que se formou no meu rosto. Entrei em casa cuidadosamente para não fazer barulho, pois a Daniela já devia estar a dormir. Fui directamente para o meu quarto e pus o meu pijama. Fui até à casa de banho lavar os dentes e tirar a maquilhagem, e depois voltei ao quarto. Olhei para o telemóvel e o David já me tinha mandado mensagem a dizer que tinha chegado bem a casa, sorri e depois respondi-lhe. Pousei o telemóvel na mesa de cabeceira e fui-me deitar, mas não consegui adormecer. Só conseguia pensar no David, estava a adorar conhecê-lo. Algum tempo depois consegui adormecer, com o pessamento de que queria voltar a ter uma noite destas com o David.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Capítulo 7 - Já disse que cê 'tá linda hoje?

Acordei já eram 11:00 horas. Tinha dormido mesmo bem e estava muito bem disposta. Fui tomar um banho e vestir uma roupa simples. Sai do quarto e fui para a sala e a Daniela já lá estava a ver televisão.
- Olá gorda. - cumprimentei-a dando-lhe um beijo no rosto e sentei-me no sofá ao seu lado.
- Olá feia. - cumprimentou-me e retribuiu-me o beijo.
- Então esta noite? Tu e o Ruben já são oficialmente um casalinho? - perguntei para a picar.
- A noite foi fantástica porque a passei com o meu melhor amigo e só melhor amigo! E já não passava uma noite destas há muito tempo.
- Não me digas que tu e o Ruben...? - perguntei com um ar de incrédula para gozar com ela pois tinha percebido o que ela quis dizer.
- Não sejas parva Bia! Nós estavamos a divertir-no muito na discoteca e depois ele veio trazer-me a casa. Não aconteceu nada e nem vai acontecer! Nós somos só amigos e nunca vai passar disso. - afirmou com um ar sério.
- Nunca digas nunca. - soltei uma leve gargalhada.
- 'Tou a ver que hoje estás muito bem disposta. O que é que aconteceu?
- Nada... - disse com um sorriso timido.
- Que sorrisinho é esse? Conta lá o que aconteceu?
- Nada, só que hoje vou ver um treino do benfica... - interroupeu-me.
- Ah agora já percebi! Tu não vais ver um treino do benfica, vais ver é um jogador do benfica que por acaso se chama David Luiz! - disse com um grande sorriso.
- Não é nada disso. Simplesmente ontem ele convidou-me e como hoje não tinha nada para fazer aceitei.
- Sim, sim, engana-me que eu gosto. Tu estás a ficar apanhadinha pelo caracolinhos! - meteu a lingua de fora.
- Cala-te! Não digas disparates! Nem nos conhecemos!
- Vão se conhecer hoje. - disse fazendo um sorriso maroto.
- Só vou ver um treino, mais nada! E agora vamos fazer o almoço que eu 'tou a morrer de fome. - disse a passar a mão na barriga.
- Não mudes de assunto!
- Anda lá! - puxei-a para que ela se levantasse do sofá - 'Tou mesmo cheia de fome - disse enquanto entravamos na cozinha.
Fizemos o almoço no meio de muitas brincadeiras. A Daniela tentava tirar algumas "informações" de mim sobre o David, mas eu mudava sempre de assunto. A verdade é que não sabia o que lhe dizer pois  o David só me convidou para ver um treino, mais nada. E também porque eu mal o conhecia, mas sinceramente queria conhecê-lo melhor. Ele é tão lindo e pelo que percebi, parecia ser uma pessoa maravilhosa. Acabámos de fazer o almoço e fomos comer. Estava óptimo, modestia à parte. Eu e a Daniela éramos boas cozinheiras e até gostavamos de cozinhar. Depois de acabarmos, fomos para a sala assistir um filme. Depois a Daniela teve que ir à faculdade resolver um problema. Pouco tempo depois eu fui para o meu quarto e tomei um banho, e de seguida veio o grande dilema: O que eu ei de vestir? Fiquei alguns minutos a olhar para as minhas roupas muito indecisa até que respirei fundo e pensei: "Beatriz, tu só vais ver um treino do benfica, qualquer trapinho serve", mas logo de seguida outro pensamento veio à minha cabeça: " o David Luiz vai lá estar e tu não podes usar um trapinho qualquer.", e entre vários pensamentos acabei por escolher uns calções de ganga com uma camisola as ricas vermelha.

 

Logo de seguida fui secar o cabelo, deixei-o ao natural pois adorava os meus caracóis, e depois maquilhei-me suavemente. Olhei algumas vezes para o espelho para ver se estava bem, e finalmente fiquei pronta. Pouco depois, o meu telemóvel toca, e despacho-me a ir ver quem era.

De: David
Cheguei, desce que eu tou te esperando :)

Sorri e olhei  para o relógio que estava no canto superior do visor do telemóvel, e eram exatamente cinco horas. O meu sorriso ficou ainda maior.
- É pontual. - disse num sussurro.
Agarrei a minha mala que estava em cima da minha cama e pus dentro o meu telemóvel e de seguida saí apressadamente pois não queria deixá-lo à espera. Quando cheguei à porta do prédio respirei fundo, abri-a e avistei logo o Q7 branco do David, e ele estava lá dentro com o seu sorriso já tão característico no rosto. Assim que me viu, saiu do carro e ficou encostado à porta à minha espera enquanto eu caminhava até ele.
- Oi. - disse enquanto me via mais próxima.
- Olá.
- Tudo bom com você? - perguntou-me enquanto me cumprimentava com dois beijos na cara.
- Sim e contigo? - disse retribuindo-lhe o gesto.
- Sempre! Vamô?
- Sim. - sorri.
O David conduziu-me até ao outro lado da porta do carro e quando chegámos abriu-ma. Confesso que adorei o gesto dele pois sempre gostei de homens cavalheiros.
- Obrigada. - agradeci com um sorriso timido e entrei.
Ele simplesmente fez um grande sorriso e fechou a porta, deu a volta ao carro e entrou. Rumámos até ao local do treino entre risos. O David era muito divertido. Quando chegámos, encontravam-se lá o Ruben e o Coentrão a conversar animadamente.
- Oi pessoal. - cumprimentou-lhes o David.
Eles cumprimentaram-lhe também muito animados.
- Biazinha, há tanto tempo que não te via. - disse o Ruben rindo-se.
- Pois é desde ontem, um eterninadade...- ironizei e ri-me também.
- Agora eu percebi porquê que ele não quis que eu lhe fosse buscar a casa para virmos juntos pra cá. Então esse cara de cu conseguiu-te convecer a vir ver o treino, foi? - perguntou sempre muito animado.
- Sim, mas não foi muito dificil porque sabes eu sou muito simpática. - disse em tom de brincadeira e todos se riram.
- Olá Bia. - cumprimentou-me o Coentrão e deu-me dois beijos no rosto.
- Olá. - cumprimentei-lhe também com o mesmo gesto.
- David, hoje tens que treinar como deve ser para imprecionares aqui a tua menina simpática.- disse o Coentrão virando-se para o David.
- Cala a boca babaca. - disse o David um pouco envergonhado.
- Oh Coentrão, não podes dizer isso ao pé dela porque o David fica corado. E depois o quê que ela vai pensar dele, né? - disse o Ruben para provocar o David.
- Pára de dizer bobagem gente. - disse o David nitidamente constrangido.
Eu ri-me, o David era mesmo engraçadinho por causa daquele sutaque.
- Desculpa ai mano, mas ainda bem que nós não dissemos que tu não páras de falar dela e que estás mesmo apanhadinho por ela. - o Ruben disse aquilo de propósito para provocar o David e o Coentrão riu-se da situação.
Eu fiquei ligeiramente corada mas sabia que eles estavam só a gozar com o David. Mesmo assim não deixava de ser constrangedor.
- Não liga p'ra eles não, só dizem besteira. - disse o David a olhar para mim.
- Eu não ligo descansa. - sorri. - E o Ruben só 'tá a dizer essas coisas para não adimitir que quem anda apanhadinho aqui é ele, e é pela Daniela. - afirmei com um tom provocador e olhei para o Ruben.
- Eich meu, ela toucou-te na ferida. - disse o Coentrão e riu-se.
- Nós somos só amigos. E eu vou-me equipar que já está quase na hora do treino, e não quero ouvir o mister hoje. E acho que vocês deviam fazer o mesmo. - disse o Ruben mudando de assunto.
- Deve ser isso deve, mas eu vou contigo. - informou o Coentrão.
- Eu já encontro vocês lá, só vou levar a Bia até às bancadas. - disse o David e sorriu para mim.
- Xau. - despedi-me deles.
- Xau - responderam em uníssono e seguiram caminho por uns corredores que davam acesso aos balneários.
- Bora? Não quero que te atrases por minha causa. - sorri.
- Não me atraso. - afirmou também com um grande sorriso.
Seguimos caminho até às arquibancadas e muito pouco antes de lá chegarmos eu disse:
- Agora eu vou sozinha, podes ir. Ainda encontras umas fãs malucas por aqui e depois eu ia sentir-me culpada. - disse a brincar com ele.
- Você não se importa? - perguntou-me a olhar-me nos olhos.
- Não claro que não. - respondi tambem a olhar nos olhos dele.
- Então tá bom. Quando acabar o treino me espera aqui que eu te venho buscar. - ordenou e fez um sorriso magnifico.
- Sim, agora vai e bom treino! - desejei-lhe a sorrir.
- Obrigado. - deu-me um suave beijo no lado esquerdo do meu rosto que me fez estremecer pois não estava à espera que ele o fizesse, mas até gostei.
Ele virou-me costas e seguiu o seu caminho e eu apenas sorri ao vê-lo desaparecer no fundo do corredor.
De seguida fui-me sentar nas bancadas. Estava anciosa por vê-lo a treinar! Pouco depois os jogadores entraram em campo e fizeram uma vénia aos adeptos que estavam nas bancadas também a assistir ao treino. Os meus olhos fixaram-se logo no David e reparei que os deles em mim. Ambos sorrimos e o treino começou. Durante o treino não consegui tirar os olhos do David, ele estava tão lindo! Estava mesmo a gostar de ver o treino ou melhor o David, mas ao meu lado tinha um grupo 4 raparigas que pelo que percebi eram fanáticas pelo David. Fartaram-se de gritar e aqueles gritos tornaram-se ensurdecedores, mas depois acabei por não ligar. Quando finalmente o treino acabou, os jogadores sairam do relvado, e os adeptos sairam aos poucos e poucos das bancadas, e eu fiquei lá à espera do David como combinado. Passado algum tempo ele chega.
- Então treinei direitinho? - perguntou-me num tom de brincadeira.
- Hum... podias ter sido melhor. - respondi alinhando na brincadeira.
- Pocha, então acho que vou ter que te compensar por esse tempo perdido que você me viu fazer feio. - disse continuando com o mesmo tom.
- E como estás a pensar fazer isso?
- Te levando p'ra jantar comigo. Cê aceita? - perguntou fazendo um sorriso recioso.
- Só se me disseres onde é que tu me vais levar. - disse sem conseguir esconder o leve sorriso que se formou nos meus lábios.
- Isso é surpresa! Cê só tem que confiar em mim. - disse fazendo um carinha de anjo.
- Acho que posso confiar em ti.
- Então vamô?
- Vamos.
Fomos para o carro dele em silêncio. Sentia os olhos do David presos em mim, até que não resisti mais e olhei para ele também e ele continuou a olhar para mim.
- Já disse que cê 'tá linda hoje? - perguntou-me com um sorriso envergonhado.
Senti-me corar, pois eu era de facto muito timida e especialmente quando recebia elogios.
- Oh, não digas disparates. - foi a unica coisa que consegui dizer.
- To falando sério. Cê tá muito linda. - disse com um sorriso ainda maior.
- Obrigada. - agredeci timidamente.
Chegámos ao carro e ele abriu-me a porta novamente num dos seus actos de cavalherismo. Entrei e dirigimo-nos para o destino onde iriamos jantar. Seguimos o caminho a rir, pois o David estava a contar umas piadas hilariantes. Até já me estava a doer a barriga de tanto rir. E assim continuámos o caminho entre risos, sorrisos e alguns olhares mais intensos, mas mal sabiamos nós que este poderia ser o melhor jantar das nossas vidas.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Capítulo 6 - Deves sofrer com eles !

"Beatriz"
 Depois de termos chegado à discoteca, a Daniela chamou-nos para dançar, mas eu não quis ir. A verdade é que dançar não era uma coisa que eu fazia muito bem. Então ela e o Ruben foram para a pista de dança e eu fiquei a ver e a rir-me das figuras deles. Ma não pude deixar de reparar a maneira como o Ruben estava a olhar para ela. Posso não o conhecer há muito tempo mas até um cego conseguia perceber que o que ele sentia pela a Daniela era mais do que amizade. Continuei a rir-me deles os dois, até que assusto-me com uma voz que parecia-me familiar, atrás de mim.
- 'Tá rindo do quê?
Virei-me num impulso e as minhas suspeitas confirmaram-se, era o David.
- Ai, assustaste-me. - disse um pouco atordoada pois não estava à espera dele naquele momento.
- Desculpa, não era a minha intenção.
- Não faz mal.
- Mas de quê que você tava rindo?
- Daqueles dois. - disse apontando para o Ruben e para a Daniela que estavam no meio da pista de dança - Acho que o Ruben devia deixar a dança e concentrar-se mesmo só no futebol. - disse soltando uma leve gargalhada.
- Pois é, concordo com você. - disse e riu-se de seguida.
Ficámos alguns minutos a rir-nos, especialmente do Ruben, ele era mesmo engraçado. Não sei como, mas estantaneamente virei-me para o David que estava do meu lado e os meus olhos fixaram-se nele, naquele sorriso brilhante, naqueles caracóis perfeitos... Estava com os meus olhos presos no David, quando ele vira-se ligeiramente para o lado e olha para mim, não resisti e perdi-me nos seus olhos lindos. Ficámos alguns segundos a olhar-nos intensamente nos olhos, até que ele perguntou-me sem desviar o olhar:
- Quer beber alguma coisa?
- Sim, pode ser - respondi um pouco embaraçada, e desviei o meu olhar do dele.
- E o que quer?
- Não sei, o mesmo que tu. - disse mais composta e sorri.
- Então espera que eu já volto. - sorriu e foi até ao bar buscar as bebidas.
O Ruben e a Daniela finalmente pararam de dançar e vieram ao meu encontro muito sorridentes.
- Isso é que foi dançar ! - afirmei rindo-me.
- Sabes comé! - disse o Ruben rindo-se também - O David? Ele não 'tava aqui contigo? - perguntou com um ar confuso.
- Sim, ele foi só ali ao bar buscar bebidas. - respondi calmamente.
- Então eu vou lá ter com ele. O que queres beber feiosa? - perguntou o Ruben à Daniela.
- Pode ser um malibu de ananás, ó gordo. - respondeu a rir.
O Ruben também se riu e depois dirigiu-se ao bar. Reparei que a Daniela o seguiu com os olhos e eu não resisti em picá-la.
- Não olhes tanto que ainda te caem os olhos.
A Daniela olhou imediatamente para mim, via-se que ela estava atrapalhada.
- Do quê que estás a falar? - disse tentando disfarçar.
- Da maneira como olhas para o Ruben. - disse sentando-me numa mesa que estava ao pé de nós; logo de seguida a Daniela sentou-se também e eu continuei. - Va lá Daniela, eu sou a tua melhor amiga, adimite que gostas dele.
- Bia, nós somos só amigos! - disse um pouco triste.
- 'Tá bem que vocês são só amigos, mas tu gostas dele!
- É complicado, e mesmo se eu gostasse dele, ele não gosta de mim, só me vê como melhor amiga dele .- disse sem me encarar.
- Se eu fosse a ti, não tinha tanta certeza disso.
- Não vamos falar mais disso. Mas vá conta-me o que se passa entre ti e o David?
- Nada. O que haveria de se passar?
- Eu bem vos vir aqui muito divertidos. - disse com uma expressão engraçada.
- Nós só estávamos a rir das figuras que tu e o Ruben estavam a fazer. - disse com um sorriso rasgado.
- Não estávamos a fazer figuras, e eu bem vi a maneira como vocês estavam a olhar um para o outro. - disse piscando-me o olho.
- Oh cala-te com isso! Eu mal o conheço! Tu é que gostas de fazer filmes ! - disse fingindo-me de chateada.
- Adimite. Achas o giro não achas?!
Nesse mesmo momento o Ruben e o David chegam com as nossas bebidas. Senti um alivio pois não queria responder à pergunta da Daniela, pois tenho a certeza que se lhe dissesse a verdade, ela ia começar com os filmes dela, mas se eu lhe mentisse ela ia perceber, porque apesar dela me conhecer melhor que ninguém, eu sou péssima a mentir. Por isso dei graças a Deus por eles terem aparecido.
- Chegámos! - disse o Ruben muito alegremente sentando-se do lado da Daniela e entregando-lhe a bebida.
- Espero que gostes. - disse o David sentando-se do meu lado e entregou-me a bebida fazendo um sorriso perfeito.
- Obrigada !- agradeci.
- Do que as meninas estavam a falar? - perguntou o Ruben.
- Coisas de mulheres, ó cusco ! - respondeu-lhe o Daniela.
- Ah 'tá bem. - disse o Ruben fingindo-se de amuado.
- Ficas tão fofinho assim. - disse a Daniela a apertar-lhe as bochechas.
Eu e o David rimo-nos deles os dois.
- Eu sou fofinho! - disse o Ruben com um ar convencido.
- Tu és é parvo. - disse a Daniela a rir-se.
- Eles são sempre assim? - perguntei quase num sussurro ao David.
- A maior parte das vezes. - respondeu-me no mesmo tom de voz e soltando uma leve gargalhada.
- Deves sofrer com eles! - afirmei continuando com o mesmo tom de voz.
- E sofro, mas contigo aqui espero que as coisas melhorem. - disse com um grande sorriso e eu corei ligeiramente.
- O que estão p'raí a cochichar ? - perguntou a Daniela.
- Nada. - respondemos os dois num uníssono perfeito.
- Deixa-os estar! O David só veio hoje porque queria estar com a Bia, por isso deixa-os aproveitar. - disse o Ruben soltando uma gargalhada e eu corei novamente.
- Cala a boca babaca ! - disse o David com uma voz chateada.
- Calma David, a Bia também só veio porque queria encontrá-lo. - disse a Daniela também soltando uma gargalhada.
Eu olhei para a Daniela com um olhar de quem a queria matar, nem acredito que ela disse isso!
- Não sejam parvos! - foi a unica coisa que conseguir dizer.
- Não liga para esses dois ai, eles só sabem dizer bobagem. - disse o David a olhar para mim e a fazer um leve sorriso.
- Eu 'tou a falar a verdade. Desde que te conheceu ele não pára de falar de ti! - disse o Ruben.
- Pára de dizer besteira! - disse o David irritado.
- Sabem que vocês até ficam fofinhos juntos. - disse a Daniela a gozar connosco.
- Tu e o Ruben também. - disse para me vingar dela.
- 'Cê tem toda a razão, esses dois se merecem - disse o David a gozar com eles.
- Deixem-se de cenas. Adoro essa música - disse a Daniela a mudar de assunto.
- Eu também. - disse o Ruben.
- Não mudem de assunto não. - disse o David com um lindo sorriso.
Ficámos a falar alegremente e a rir das palhaçadas do Ruben e do David, eles eram mesmo engraçados. Eu e o David trocámos vários olhares e sorrisos, ele era muito simpático. A noite estava a ser muito divertida, mas eu estava um pouco cansada e como estava a ficar tarde queria ir para casa.
- Bem malta eu vou-me embora.
- Já? Ainda é cedo. - disse o Ruben.
- Fica, isto está tão divertido. - pediu-me a Daniela.
- Eu 'tou cansada, o nosso dia na praia foi cansativo.
- Então vá, eu levo-te. - disse o Ruben.
- Não é preciso, fica! Eu apanho um táxi.
- Eu trouxe-te, eu levo-te ! - afirmou decidido.
- Nem penses! Tu ficas aqui a divertir-te e eu apanho um táxi ! - ordenei levantando-me.
- Eu te levo. - disse o David.
Confesso que não estava nada à espera que ele dissesse aquilo.
- Não é preciso mas obrigada na mesma. Fiquem e divirtam-se.
- Eu também já 'tava indo embora, o treino foi puxado e eu tou cansadão. Por isso eu aproveito e levo você.
- Então sendo assim ... - disse um pouco envergonhada.
- Vamô? - disse fazendo um sorriso que me deixou derretida.
- Sim. - sorri.
- Tchau gente - despediu-se o David.
- Xau. - despedi-me também.
- Xau pombinhos. - disse a Daniela a gozar.
O Ruben riu-se e fiquei ligeiramente corada. Não respondemos à provocação da Daniela e virámos-lhe costas e saímos da discoteca e segui o David até ao sitio onde estava o carro dele.
- Tens a certeza que não te importas de me levar? Eu posso apanhar um táxi. - disse antes de entrar no carro.
- Claro que não. E cê acha mesmo que eu ia deixar você apanhar um táxi a essa hora sozinha?!
- Obrigada David. - agradeci-lhe sorrindo e olhando-o nos olhos.
- Não tem que agradecer não. Entra. - disse abrindo-me a porta do carro.
Sorri-lhe em forma de agradecimento e entrei no carro. Ele fechou a porta e foi para o outro lado do carro, abriu a porta do condutor e entrou. Fechou a porta, ligou o carro e seguimos caminho para casa.
- Vais ter treino amanhã? - perguntei para puxar conversa.
- Vou sim. - respondeu com um sorriso simpático.
- Vê lá se treinas como deve ser. Quero que o Benfica ganhe este campeonato.
- Cê gosta de futebol? - perguntou um pouco surpreso.
- Não sou fanática, mas não detesto. E quero que o benfica seja campeão! - ri-me.
- Então vou me esforçar! - disse fazendo um sorriso que me deixou deliciada mas não tirou os olhos da estrada.
Fomos o caminho todo a falar de coisas banais mas muito alegremente.
- Chegámos! - informou-me parando o carro a frente do meu prédio.
- Obrigada. - disse tirando o cinto de segurança.
- Já falei pra você que não têm que agradecer. - disse olhando-me nos olhos.
A verdade é que aquele olhar me deixou um pouco desconcentrada e não sabia o que dizer, por isso apenas sorri e ele retribuiu-me o sorriso. Agarrei na minha mala e quando ia a sair do carro, senti uma mão quente do David a puxar-me.
- Cê não quer ir ver o treino amanhã, p'ra ver se eu treino como deve ser? - perguntou-me um pouco receoso.
Fiquei sem reacção não sabia o que responder. Não estava a espera daquele convite.
- Desculpa, cê deve ter mais o que fazer. - disse o David desviando o olhar de mim.
Vi que ele ficou um pouco desiludido com a minha falta de reacção e pensou que eu ia dizer que não. Mas a ideia até me agradava.
- Nada disso. Claro que eu vou. - respondi com um sorriso tímido.
- Sério? - um sorriso iluminou-lhe o rosto.
- Sim a sério. Agora eu vou andando. Obrigada.- saí do carro.
- Bia! - chamou-me pela janela do carro.
Virei-me para ele a sorri ligeiramente.
- Me dá seu numero de telefone? - pediu-me timidamente.
Aproximei-me mais do carro e cheguei até a janela. Ele entregou-me o telemóvel dele para que eu marcasse o número, e assim o fiz.
- Aí o tens. - sorri e entreguei-lhe o telemóvel.
- É mesmo o seu numero? - perguntou-me a olhar para o visor do telemóvel.
- Não sei, descobre. - disse com um sorriso rasgado no rosto.
Dei-lhe um beijo leve no rosto e virei-lhe costas. Entrei no prédio muito contente, subi pelo elevador e abri a porta de casa. Fui para o meu quarto e vesti o pijama, e depois fui me deitar. Pousei o meu telemóvel em cima da mesa de cabeceira e logo de seguida ouvi-o a dar sinal de uma nova mensagem. Apressei-me a ver quem era, e percebi logo que era o David.
"Oi Bia! Espera que esse seja seu numero :)
Amanhã te pego às cincos, pode ser?
Boa noite! Beijão  :D"


Um sorriso apareceu-me no rosto, e depois de guardar o número dele, respondi-lhe.

"Olá! Esse é mesmo o meu número :D
Sim pode ser. Fico à tua espera !
Boa noite. Beijo  :)"
Pousei o telemóvel na mesa de cabeceira novamente e deitei-me. Não conseguia tirar o sorriso um pouco parvo da cara; não conseguia parar de pensar no David, ele é tão simpático! Adormeci com a ideia que o dia de amanhã ia ser extraordinário.

sábado, 9 de abril de 2011

Capitulo 5 - Que gracinha a do casalinho maravilha !

“Ruben”

Acordei com o meu telemóvel a tocar, era  o David.
- ‘Tou mano? –  atendi com uma voz ensonada.
- E ai manz? Tudo bem?
- Sim e contigo?
- Também. Cê não quer vir almoçar comigo, e depois a gente vai para o treino? – sugeriu com uma voz animada.
- Yá mano, pode ser. Deixa-me só tomar banho e vestir-me. É que tu acordaste-me. – disse fingindo uma voz chateada.
- Desculpa ai manz. – disse soltando uma gargalhada – Vai lá, daqui a uma hora eu passo ai para te buscar. Se despacha. – ordenou-me.
- Ok, xau. – despedi-me.
- Xau.
Desligámos a chamada e eu fui tomar um banho rápido. Vesti-me e fui arranjar o meu saco de desporto para o treino. Não demorou muito até o David chegar à hora combinada. Fomos no carro dele até ao Colombo, onde íamos almoçar. Depois seguimos para um restaurante bastante calmo e comemos. Acabámos de comer por volta das 14:00. Como tinhamos treino só as 16:00, decidimos ir já para o seixal e bebemos um café por lá. Chegámos lá e dirigimo-nos para um café que havia perto da caixa futebol campus, sentámo-nos numa mesa e fizemos os nossos pedidos. Enquanto o empregado trazia os nossos cafés, o David começou a falar.
- Manz, aquela amiga da Daniela é muito simpática, não é?
- É simpática e bonita. – afirmei soltando uma gargalhada.
- Pois é. A gente podia chamar elas para sair hoje a noite. – ri-me pois percebi onde o David queria chegar.
- Claro puto. ‘Tou a ver que queres mesmo voltar a ver a Bia.
- Não é nada disse babaca. Só tô querendo sair hoje a noite, já que a gente só tem treino amanhã à tarde. – disse embaraçado.
- Não me mintas que eu bem vi como tu estavas a olhar para ela ontem. Tu estavas praticamente a comer a miúda com os olhos. – gozei com ele.
- Não diga besteira. Só achei ela simpática.
- Sabes que eu não acredito. Tu estás a ficar apanhadinho mano!
- Cala a boca. Eu mal conheço ela. Cê é que tá apanhadinho pela Daniela ou cê acha que eu ainda não percebi?! – disse muito convicto.
- Eu e a Daniela somos só amigos pá. – disse um pouco chateado.
- Cê tá a fim dela há muito tempo ou cê pensa que eu nunca reparei na maneira como você olha p’ra ela. E pelo que a Bia me falou a Daniela também gosta de você.
- Ah, andas-te a falar com a Bia. – tentei mudar de assunto.
- Não muda de assunto não! Admite que cê gosta da Dani, admite cara!
- Como ela diz nós somos só melhores amigo e acabou aqui esta conversa ! – disse um pouco irritado.
- Tá bom, mas eu te conheço manz. Eu sei que cê gosta dela. – afirmou sorrindo – Mas agora liga p’ra elas, e vê se elas querem sair hoje.
- E vamos onde? – perguntei com um ar pensativo.
- Vamo na discoteca. Há um tempão que a gente não vai lá. – sugeriu com uma cara engraçada.
- Sim, pode ser.
- Então liga para a Daniela, para ver se elas podem ir.
- Sim. – disse tirando o telemóvel do bolso.
Marquei o número dela e não demorou muito até ela atender.
- Olá! – atendeu muito animada.
- Olá, então tá tudo bem?
- Sim, tudo óptimo e contigo?
- Também. O que estás a fazer?
- Vim à praia com a Bia e agora estamos aqui a almoçar.
- Ah isso é que é boa vida!
- Não é boa vida, é a última semana de férias – disse soltando uma gargalhada. – Mas e tu o que estás a fazer?
- Estou a beber um café com o caracoleta e daqui a bocado vamos ter treino. Mas eu liguei-te só para te perguntar se queres ir hoje à noite à discoteca comigo e com o David, e levas a Bia, claro!
- Yá, tá fixe. Por mim é na boa e pela  Bia também. – soltou uma gargalhada.
- Então pronto, nós vamos buscar-vos as nove, pode ser?
- Sim e não se atrasem. – disse em tom de brincadeira.
- Digo o mesmo a vocês.
- Eu nunca me atraso! – ri-me suavemente.
- Claro que não. – ironizei.
- 'Tou a ver que ainda me vou chatear. Olha até logo, Ruben Amorim. – fingiu uma voz amuada.
- Até logo. – soltei uma gargalhada.
- Ah, e bom treino! – desejou-me com uma voz super animada.
- Obrigado.
Desligámos e um sorriso meio parvo formou-se nos meus lábios sem que eu o conseguisse evitar, e logo de seguida ouvi o David a rir-se.
- Do que te estás a rir?
- Da sua cara de bobo apaixonado depois que fala com ela. – disse com ar de gozo.
- Não me chateies! – disse irritado.
- Tá bom. Elas vão poder ir com a gente?
- Sim, vamos buscá-las às nove e finalmente vais voltar a ver a tua menina simpática. – disse a provocá-lo.
- Deixa de ser babaca!
- Ah, e não te esqueças de lhe pedir o número esta noite, é que pode dar jeito. – continuei a provocá-lo.
- Não diga besteira e vamo  embora que depois a gente se atrasa e o mister nos vai dar na  cabeça. – de seguida fez sinal ao empregado para ele poder trazer a conta.
- Pois, hoje não quero ouvir o senhor Jorge Jesus com os seus sermões intermináveis. – disse soltando uma gargalhada.
O empregado chegou com a conta e nós pagamos e logo de seguida dirigimos para o centro de treinos.  Quando lá chegamos dirigimo-nos para os balneários e já lá estava alguns jogadores.
- Oi pessoal! – disse o David muito animado ao entrar nos balneários.
- Essa animação toda é porque vais ter treino agora ou passa-se mais alguma coisa? – perguntou o Coentrão.
- Ele tá assim porque hoje à noite ele vai sair com a menina simpática dele. – disse para gozar com o David.
- Ah, quem é a vitima? – perguntou o Luisão com um ar de gozo.
- É a amiga da Daniela. – respondi.
- Quem? A Bia? – perguntou o Coentrão a rir-se.
- Ela mesmo! – respondi a rir da cara de zangado que o David estava a fazer.
-  Ah cara! A Daniela apresentou ela p'ra gente e ela pareceu muito simpática mesmo! – disse o Luisão a dar uma palmada no ombro esquerdo do David.
- E também é bonita. – acrescentou o Coentrão.
- Ela é só uma amiga! Eu mal conheço ela! O Ruben é que é um babaca e fica vendo coisa onde não existe. – disse o David irritado.
- Desculpa ai mano, mas tás mesmo a ficar apanhadinho. – continuei a gozar com ele.
- Ai cara, na boa. Eu não sei não, mas eu acho que cê tá ficando mesmo amarradão na menina. – disse o Luisão provocando uma risada geral.
- Ah gente, não me enche o saco! – disse o David muito irritado.
Ficámos mais alguns minutos a rir e a gozar com o mano. Sinceramente acho que ele está mesmo a começar a gostar da Bia. Entretanto foram chegando os jogadores que faltavam e fomos todos nos equipar. Depois dirigimo-nos para o relvado e começámos a treinar. Começámos pelo aquecimento, depois uns exercícios com a bola e no final jogámos uma pelada. O treino foi puxado, mas até correu bem. No final do treino voltámos todos para os balneários, tomar banho e vestir-nos. Como sempre o David estava a demorar uma eternidade.
- Mano despacha-te, és pior que as mulheres. – comecei a refilar.
- Calma manz.
- Ele deve estar é com medo de encontrar a Bia quando sair daqui, por isso é que ele tem que estar todo arranjadinho. – disse o Coentrão a gozar com ele, provocando uma gargalhada em todos os jogadores que ainda estavam naquele balneário.
- Pô gente! Pára de me zuar! Eu só disse que ela era simpática mais nada. – disse o David amuado.
- Pois, deve ser isso. – disse com um ar sarcástico. – Mas já podemos ir ou ainda tens que pôr mais perfume? – disse rindo-me de seguida.
- Já podemos ir babaca!
Agarrei no meu saco de desporto e o David no dele, e antes de sairmos dos balneários o Coentrão gritou:
- David, manda beijinhos meus à Bia.
Ouvi o pessoal a rir-se e não me contive e ri também. O David fez uma cara séria e continuou o seu caminho até à saída dos balneários e não respondeu à provocação do Coentrão. Eu segui atrás dele. Saimos e quando íamos para o carro dele, o telemóvel dele toca. Ele atendeu rapidamente. Não consegui perceber quem era, mas passado menos de 5 minutos de conversa ele desligou o telemóvel.
- Quem era? – perguntei curioso.
- Era o presidente. Ele disse para eu ir ao estádio que ele precisava de falar comigo.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não acho que não, ele disse que não era nada sério. – disse muito calmamente.
- Então pronto. Mas nós temos que ir buscar as miúdas às nove.
- Eu sei, mas não sei se vou demorar lá, por isso a gente faz assim: cê vai buscar elas e eu depois encontro com vocês lá na discoteca.
- Ok. Vamos?
- Vamô que eu deixo você em casa e depois vou para estádio.
Entrámos no carro e eu não resisti em gozar com o David mais uma vez. Ele está mesmo apanhadinho pela miúda, mas ele também gozou comigo por causa da Daniela. Eu tenho que adimitir ela não me é indiferente, mas nós nunca vamos poder ter nada porque ela só me vê como o melhor amigo dela, por isso eu nego quando dizem que eu gosto dela. Chegámos em minha casa e o David seguiu caminho para o estádio e eu fui para minha casa. Entrei e atirei o saco de treino para o chão da sala, e fui para o meu quarto. Descalcei-me e pus uns chinelos, fui até a cozinha e como já estava quase na hora do jantar comi e fui tomar um banho e vesti-me. Logo de seguida saí de casa, fui até à garagem buscar o meu carro para ir buscar a Daniela e a Bia. Quando lá cheguei, sai do carro e elas não demoraram muito a aparecer.
- Uau vocês estão lindas! – elogiei ao vê-las.
- Obrigada. – disseram em uníssono.
- O David não vem? – perguntou a Daniela.
- Claro que vem! É que sabes a ideia desta saída foi dele, porque ele queria voltar a ver aqui a menina Beatriz. – fingi um sussurro para a Bia ouvir.
- Ela também está desejosa de o voltar a ver. – disse a Daniela a rir-se.
A Bia riu-se ironicamente e disse:
- Que gracinha a do casalinho maravilha!
Percebi que a Daniela corou com o que a Bia disse e para mudar de assunto perguntou:
- Mas porquê que o David não veio contigo?
- Ele teve que ir ao estádio resolver um assunto, nada de grave.
- Ah ok, vamos? – perguntou a Daniela.
- Vamos.
Abri a porta do carro à Daniela que foi no lugar de pendura, e depois abri a porta à Bia que foi no banco de trás, e ambas agradeceram-me sorrindo. Depois entrei no carro e seguimos caminho para a discoteca a falar de futebol. Quando chegámos, saímos do carro e dirigimo-nos para a porta de entrada da discoteca. Entrámos e fomos para uma zona mais reservada. O ambiente estava óptimo, estava muito descontraído e como era um dia da semana a discoteca não estava muito cheia. Alguns minutos depois de termos chegado, a Daniela chamou-nos para dançar. A Bia não quis ir, disse que preferia ficar a ver, então eu e a Daniela fomos para a pista de dança e a Bia ficou a ver e a rir-se ligeiramente das nossas figuras, mas eu estava a gostar de estar ali com a Daniela. Enquanto ela dançava, ela sorria de uma maneira única e genuína, e eu reparava em cada traço do seu rosto perfeitamente delineado. Continuámos a dançar e eu estava com a impressão de que a noite ia acabar melhor do que eu imaginava.

domingo, 3 de abril de 2011

Capítulo 4 - Salva pelo telemóvel

Acordei já um pouco tarde, há muito tempo que não dormia tão bem. Levantei-me, saí do quarto e a Daniela já estava acordada a preparar o pequeno-almoço.
- Bom dia. - cumprimentei-a dando-lhe um beijo no rosto.
- Bom dia! Vá, vai-te arranjar que o pequeno almoço está quase pronto. É que depois eu quero ir à praia!
- Está bem. - disse ainda meia a dormir - Vou só tomar um banho rápido. - dirigi-me para a casa de banho do meu quarto.
Tomei um banho super rápido pois era só mesmo para acordar. Vesti o meu biquini e pus um vestido que eu gostava bastante. Calçei uns chinelos de praia e fui para a cozinha, e a Daniela ainda lá estava mas agora estava a comer.
- Já estou pronta!
- Então vá, come enquanto me vou vestir. - ordenou levantando-se da mesa.
- 'Tá bem, despacha-te. - ela saiu.
Sentei-me na mesa e começei a tomar o pequeno almoço. Comi um croissant misto e bebi um pouco de sumo de laranja. Depois a Daniela apareceu na cozinha já vestida e muito animada.
- Então vamos, bebé?
- Claro. Deixa-me só arrumar isto e buscar a minha mala ao quarto.
- Vai lá buscar a mala que eu arrumo isto!
- Eu arrumo, não custa nada. - disse pondo a loiça no lava loiça.
- Vai lá pá que eu arrumo isto. É rápido! Lavamos a loiça quando voltarmos. - disse com um ar autoritário.
- 'Tá bem chata!
Fui até ao meu quarto, peguei na minha mala e pus dentro o protector solar e mais algumas coisas que precisa. Saí do quarto e a Daniela já estava na sala à minha espera. Decidimos ir no meu carro, e assim o fizemos. Saímos de casa e fomos até à garagem do prédio onde se encontrava o meu carro. Entrámos e seguimos em direcção à praia. Seguimos o caminho todo a conversar. A Daniela estava a contar como estava a adorar a faculdade de direito. Eu acho que ela é perfeita para ser advogada pois tem um ar sério, apesar de ser uma criança autêntica quando quer. E também porque ela tem muito jeito para defender as pessoas. Passado mais ou menos 45 minutos chegámos à praia. Arranjei um sítio para estacionar, saímos do carro e dirigimo-nos para a praia. Fomos para uma parte da praia que estava vazia. Estendemos as nossas toalhas e tirámos as nossas roupas, ficando só de biquini. Passámos protector e depois deitámo-nos nas toalhas.
- Sabes, não vejo a hora de começar as aulas. - comentei alegremente.
- Tu és mesmo betinha!
- Oh não é isso. Mas acho que o curso vai ser interessante. - disse com um brilhozinho no olhar.
- Pois. E apesar de não andar na mesma faculdade que tu, ouvi dizer que a tua é muito fixe.
- E sabes, não vejo a hora de começar a trabalhar e ajudar as pessoas. Mas claro, gostava mais de trabalhar com crianças.
- Fogo! Nem começaste o curso e já estás a querer trabalhar. Só mesmo tu! Mas agora fizeste-me lembrar o David. Ele também está sempre preparado para ajudar as pessoas e também tem uma paixão qualquer por crianças como tu! Eu acho que vocês são feitos um para o outro, e já para não falar que ficam muito fofinhos juntos. - disse num tom provocador.
- Ai, mau! Tinhas que vir tu com a conversa do David. - disse fazendo um ar aborrecido.
- Oh, vais-me dizer que tu também não achas que vocês os dois são muito parecidos.
- Daniela, eu mal o conheço. Não sei praticamente nada sobre ele. E por favor, achas mesmo que ele alguma vez na vida ia querer alguma coisa comigo?! E logo comigo!
- Claro, porque não? Tu és linda, simpática, querida e sem falar que também és sexy! Vá lá, qualquer homem quer alguma coisa contigo! - afirmou soltando uma gargalhada.
- Oh és mesmo parva. - disse dando-lhe uma leve chapada no braço.
- Olha ai pá! - queixou-se - Mas agora a sério, acho mesmo que tu e o David deviam de se conhecer melhor. Eu sei que ele não te é indiferente, e tenho a certeza que tu também não lhe és indiferente!
- Epá, logo se vê! - disse fingindo não dar muita importância, mas a verdade é que queria muito conhecê-lo melhor.
- E quem sabe ainda se apaixonam... - disse com um sorriso maroto.
- Cala-te com isso! Sabes que eu não sou de me apaixonar.
- Não és de te apaixonar porque nunca te deste tempo para isso. - disse com uma cara mais séria.
- Não é nada disso.
- É, e tu sabes que sim! Lá em Aveiro passavas a vida a estudar ou participar nas actividades da escola, e mal tinhas tempo para respirar quanto mais para namorar!
- Oh para com isso! As coisas não eram bem assim!
- Pois, pois Bia. Mas olha que eu ia amar ver-te com o David. Acho que vocês são perfeitos um para o outro! - piscou-me o olho.
- Sonha Daniela! - afirmei - Bora dar um mergulho?
- Sim, bora lá.
Levantámo-nos das toalhas e fomos rapidamente dar um mergulho. A água estava fantástica! Saímos e voltámos para o sítio onde estávamos. Quando chegámos olhámos para o relógio e já eram quase 15 horas e nós ainda não tinhamos almoçado e já estávamos com alguma fome. Decidimos ir almoçar ao bar da praia. Sentámo-nos numa mesa vazia e um empregado veio nos atender. Fizemos os nossos pedidos e não demorou muito até o empregado nos trazer. Começámos a comer e para provocá-la disse:
- Sabes, tu falas muito de mim e do David, mas tu e o Ruben... Vai lá vai. - soltei uma gargalhada.
- Cala-te! O Ruben é o meu melhor amigo e nada mais que isso, ok? - disse dando uma garfada na salada que estava a comer.
- Tu não me enganas. Eu conheço-te melhor que ninguém! Admite lá, tu gostas dele não gostas?
Ela ficou em silêncio durante alguns segundos. Acho que ela ia mentir-me mas não sabia como o fazer. Mas quando ela ia a dizer alguma coisa, o telemóvel dela tocou e ela apressou-se a atender.
- Salva pelo telemóvel. - disse com um ar irónico.
Ela pôs-me a lingua de fora e atendeu o telemóvel. Pelo que percebi ela deveria de estar a falar com o Ruben. Ficaram mais ou menos 5 minutos a conversar animadamente até que desligaram e um sorriso enorme formou-se nos seus lábios.
- Com esse sorriso, só pode ter sido o Ruben a ligar-te. - disse a gozar um pouco com ela.
- Por acaso até era.
- E o que é que ele queria?
- Convidar-nos para irmos à discoteca com ele e com o David hoje à noite. Lá pelas 21:30 eles vêm-nos buscar.
- Fixe, 'tava mesmo a apetecer-me sair.
- O que tu queres é estar com o menino David Luiz, ou pensas que eu não sei! - disse a tentar provocar-me.
- Cala-te! Eu só me quero divertir. - menti, pois a verdade é que eu queria estar novamente com ele.
Acabámos de comer entre brincadeiras e provocações. Pagámos e decidimos ir para casa. Quando chegámos tomámos um banho para retirar o sal do corpo e ficámos as duas na sala a ver um filme. Depois fomos fazer o jantar entre brincadeiras. Comemos e fomos nos arranjar. Escolhi uma roupa simples mas muito bonito e decidi levar uns saltos altos para não me sentir tão pequena ao pé do David. Agarrei na minha mala e ouvi a campainha tocar. Conclui que fossem eles que já tinham chegado. Saí do quarto e fui para a sala e a Daniela já estava à minha espera. Descemos o elevador e algo me dizia que aquela noite ia ser inesquecível.