terça-feira, 28 de junho de 2011

Capítulo 18 - Eu sabia que ia acabar por encontrar um defeito em ti

Acordei cedo mas permaneci na cama à espera que o meu despertador tocasse. Estava ansiosa pelo meu primeiro dia de aulas e também não via a hora de estar com o David. Quando finalmente ouvi o som irritante do meu despertador, despachei-me a desligá-lo, levantei-me da cama e fui tomar um banho rápido. Quando saí, era hora de escolher uma roupa e eu não sabia bem o que vestir. Fiquei alguns instantes a olhar para todas as minhas roupas e nada parecia-me ser a ideal para usar. A Daniela entrou disparada para dentro do meu quarto. Para aquela miúda devia de ser pecado bater à porta.
- Bom dia alegria! - cumprimentou-me alegremente.
- Bom dia. Não te vais vestir? - perguntei reparando que ela ainda estava de pijama.
- Daqui a pouco. Só vou ter aula ao segundo tempo. - informou-me sorrindo - E tu ainda tas enrolada na toalha?
- Não sei o que vestir. - disse olhando novamente para o meu guarda-roupas.
- Eu ajudo-te. - agradeci-lhe com um pequeno sorriso.
Não demorou muito até a Daniela encontrar uma roupa. Aceitei a sugestão dela e enquanto eu me vestia, ela saiu para preparar o nosso pequeno almoço. Acabei de me vestir, pus uma maquilhagem leve e dei um jeito ao meu cabelo, deixando-o levemente ondulado. Olhei-me ao espelho e constatei que estava pronta. Peguei na minha mala, pus lá tudo o que precisava para o dia de hoje e saí do meu quarto. Pousei a minha mala no sofá da sala e em seguida fui para a cozinha onde a Daniela já estava a comer.
- Bem, nem sei o que seria da tua vida sem comida... - disse a meter-me com ela.
- Não sabes?! Eu digo-te: nada, meu amor, absolutamente nada. - disse de uma maneira engraçada que eu não resisti e ri.
- És mesmo parvinha. - disse sentando-me ao lado dela.
- Então estás nervosa? - perguntou fixando os seu grandes olhos em mim.
- Um bocado... Não sei o que me espera. - disse dando um gole no meu sumo de laranja.
- Oh vai correr tudo bem. - tranquilizou-me sorrindo.
- Espero bem que sim. - disse enquanto acabava de beber o meu sumo - Agora eu vou andando que não quero chegar atrasada. - levantei-me da mesa.
- Não vais comer nada? - perguntou-me com uma expressão confusa.
- Neste momento não consigo comer nada. - sorri - Bem, xauzinho. - despedi-me e dei-lhe um beijo no topo da cabeça e saí apressadamente da cozinha.
- Boa sorte! - ouvi-a a desejar-me num tom de voz mais elevado.
- Obrigada. - agradeci no mesmo tom de voz.
Agarrei na minha mala em cima do sofá e nas chaves do carro que estavam em cima da mesinha do hall de entrada e saí de casa.
Fui até ao meu carro, liguei-o e começei a conduzir calmamente até à faculdade. Durante o caminho veio-me várias perguntas à cabeça, tais como: Como seria o pessoal de lá? Como seriam os professores? Será que eu iria gostar? Tentei não pensar muito nessas coisas e não demorou muito até eu chegar. Estacionei o carro e saí. Comecei a reparar nos pequenos detalhes da faculdade, pois só tinha cá estado duas vezes para tratar da matricula e da transferência. Era uma escola bonita, sofisticada, talvez precisasse de uma pintura, mas nada muito importante. Reparei também nas pessoas que se encontravam do lado de fora da faculdade: algumas conversavam alegremente, outras acabavam de chegar e cumprimentavam-se entre si. Reparei também que havia alguns casais apaixonados a trocarem beijos e entre isso tudo havia pessoas como eu, completamente fora do seu ambiente, sem conhecer absolutamente ninguém. Respirei fundo e entrei. Agarrei no papelinho com o meu horário, que me tinham dado quando vim matricular-me, e vi qual seria a aula que iria ter e em qual sala seria. Dei algumas pequenas voltas pela faculdade para ver se encontrava a sala, mas não encontrei. Por isso perguntei a uma funcionária e ela indicou-me o caminho. Segui a suas indicações e finalmente encontrei a minha sala. Quando entrei, encontrei algumas pessoas a conversar e outras apenas sentadas à espera que tocasse. Avistei uma mesa vazia ao fundo e dirigi-me até ela, pois nunca gostei de ficar à frente. Pousei a minha mala em cima da mesa e sentei-me. Não demorou muito até uma rapariga de cabelo castanho claro e olhos cor de mel, que aparentava ter mais ou menos a minha idade, dirigir-se para ao pé de mim, com um bonito sorriso no rosto.
- Posso sentar-me?
- Claro, estás a vontade. - sorri educadamente.
Ela retribuiu-me o sorriso e sentou-se.
- Olá, sou a Inês, muito prazer. - auto-apresentou-se esticando-me uma das mãos.
- Bia, o prazer é meu. - apertei-lhe a mão delicadamente.
Gostei da maneira como a Inês falou comigo, simples e espontânea. Conversámos animadamente durante o pouco tempo que restava até dar o toque. Inês pareceu-me bastante simpática.
Tocou e entrou na sala um professor que aparentava ter os seus trinta e poucos anos. Ele falou sobre o curso e sobre a sua disciplina. Achei-o bastante simpático, pareceu-me ser divertido mas competente. A aula passou rapidamente e eu passei o intervalo a falar com a Inês. Ela era mesmo simpática e carismática. Tinha um jeito um pouco maluco e diferente de mim e tinha o seu futuro bem planeado. Tivemos mais duas aulas e os professores eram mais velhos que o primeiro, mas também eram simpáticos e pareceram-me bastante rigorosos.
 Saí da sala juntamente com a Inês.Finalmente chegou a hora do almoço e ainda bem, pois eu já estava cheia de fome.
- Inês, queres ir almoçar comigo? - convidei-a.
- Bora, e onde é que vamos?
- Não faço a minima
- Ouvi dizer que ao virar da esquina há um restaurante óptimo onde o pessoal da faculdade costuma ir.
- Então vamos até lá. - disse animadamente.
Seguimos a pé até ao restaurante pois era perto. Chegámos e escolhemos uma mesa vaga e sentamos. Fiquei de frente para ela. Não demorou muito até um empregado vir nos atender. Fizemos os nossos pedidos e aguardamos que o empregado os trouxesse. Quando  trouxe começámos a comer entre muita conversa e gargalhadas. A Inês pareceu-me muito animada.
- Aquele gajo a mesmo lindo! - comentou olhando para televisão e eu, como estava de costas para a mesma, virei-me e vi a passar na televisão uma imagem do David.
- Sim, é giro... - concordei tentando não dar muita importância.
- É giro? Fogo, ele é perfeito todos os dias. Só é pena ser jogador do Benfica. - disse torcendo o nariz.
- E qual é o mal de ser jogador do Benfica? Não me digas digas que és portista? - inquiri olhando seriamente para ela.
- Não querida, sou largata com muito gosto. - disse orgulhosa.
- Ah eu sabia que ia acabar por encontrar um defeito em ti. - brinquei balançando a cabeça negativamente.
Ela atirou-me com um guardanapo e eu ri-me. Continuámos o nosso almoço animadamente. De seguida, era hora de voltar novamente para a faculdade pois ainda nos faltava ter mais duas aulas. Estava a adorar o meu primeiro dia de aulas, estava adorar a faculdade e estava adorar conhecer a Inês, mas não via a hora de estar com o David e parecia que quanto mais eu queria isso mais lentamente as horas passavam. Quando finalmente acabou a última aula, já passava pouco mais da cinco horas. Despedi-me da Inês e fui para  meu carro. Conduzi calmamente até casa, e quando cheguei esperei que a Daniela chegasse e não demorou muito para que isso acontecesse.
- Olá feia. - cumprimentei-a dando-lhe um leve beijo no rosto.
- Olá gorda. Como foi o teu primeiro dia de escolinha?
- Foi muito bom. - sorri.
- Vês? Eu disse... E tu ainda estavas nervosa. Parecias aquelas criancinhas que vão à escola pela primeira vez na vida e estão com medo de ficar lá sem as mamãs. - gozou rindo-se.
- Ah, cala-te estúpida ! - atirei-lhe com uma almofada.
Continuámos a falar e entre brincadeiras e picadarias. Acabei por lhe contar como foi o meu dia. Passado algum tempo ouvi o meu telemóvel a tocar, por isso despachei-me a ir ver quem era e era uma SMS do David.

Já cheguei, estou te esperando.
Beijo

Olhei para o o visor do telemóvel e sorri ao ver que eram exactamente sete horas.
- Sempre pontual. - murmurei com um sorriso parvo na cara.
- Disseste alguma coisa? - perguntou-me a Daniela.
- Não... Nada. - disse um pouco atrapalhada. - Vou sair. - informei-a agarrando na minha mala.
- Onde vais?
- Vou dar uma volta com aquela minha amiga que te disse que conheci hoje. - menti - Não esperes por mim para jantar, devo demorar um pouco. - informei e saí rapidamente de casa para que ela não me fizesse mais perguntas.
Desci as escadas e quando saí do prédio avistei o David, encostado ao seu carro, lindo como sempre e com o seu sorriso de menino na cara. Aproximei-me dele.
- Olá... - cumprimentei-o sorrindo timidamente.
- Oi. - aproximou-se e deu-me um leve beijo no rosto que me fez estremecer, e acho que ele percebeu.
- Então... Vamos? - perguntei um pouco atrapalhada.
O David sorriu e acompanhou-me até à porta do pendura e abriu-ma. Entrei e agradeci-lhe. Ele fechou a porta e dirigiu-se de seguida para a porta do condutor abrindo-a e entrando rapidamente. Não demorou muito até o David começar a conduzir até a discoteca onde iríamos pedir uma lista de DJ's e ver se encontrávamos algum de jeito. Durante o caminho fomos a falar sobre coisas normais. O David contou-me como o Rúben anda a gastar toda a sua energia a tratar da festa... Ele estava mesmo com intenções de impressionar a Daniela. Não demorámos muito a chegar. O David, como sempre, foi um cavalheiro e abriu-me a porta. Dirigimo-nos em direcção à discoteca que estava fechada, mas já se encontrava um segurança à porta, por isso o David explicou-lhe o motivo de estarmos ali e ele não teve problemas em deixar-nos entrar. Entrámos e algo me dizia que aquilo não iria ficar só por ali.

2 comentários:

  1. esta muito bom, parabens
    beijinhos e ficarei a espera do proximo capitulo
    estou super curiosa

    ResponderEliminar
  2. fantastico...

    quero mais...

    continua...

    ResponderEliminar