segunda-feira, 4 de julho de 2011

Capitulo 19 - Até quando?

- Vamô lá falar com o Vasco? - perguntou apontando discretamente para o tal Vasco, acho que ele é o dono da discoteca - Acho que ele pode ajudar a gente. - acrescentou.
- Vai lá tu que eu já vou lá ter contigo, se não te importares. É que eu vou ligar para um amigo da Daniela, para ele convidar os amigos dela da faculdade... É que eu não os conheço. - informei-o com um leve sorriso.
- Sem problemas. - sorriu e eu retribui-lhe.
O David foi falar com o Vasco e pela maneira como eles se cumprimentaram pareceu-me que eles eram amigos. Apressei-me a pegar no telemóvel que estava dentro da mala e liguei ao Lucas, o amigo da Daniela que eu conheci há pouco tempo atrás. Expliquei-lhe tudo o que estávamos a planear e ele disse que não havia problema em falar com os outros amigos da Daniela e ainda disponibilizou-se a ajudar-nos no que fosse preciso. Agradeci-lhe e desligámos o telemóvel em simultâneo. Logo de seguida dirigi-me até onde o David e o outro rapaz se encontravam a conversar animadamente.
- Olá. - cumprimentei educadamente, interrompendo a conversa que eles estavam a ter.
- Olá. - cumprimentou-me o Vasco educadamente - Bem David esmeraste-te... Mesmo linda a tua namorada nova. - disse e sorriu para o David e eu corei ligeiramente.
- Não é minha namorada, somos só amigos. - esclareceu-lhe o David - Mas ela é linda mesmo. - sorriu e eu corei mais ainda.
- Ah desculpa, eu não sabia... Pensei que vocês... Bem... Esqueçam que eu não sou lá muito bom em pensar. - desculpou-se um pouco atrapalhado e eu e o David rimo-nos.
- Não tem problema, cara. Mas bom... Essa é a Bia. - apontou para mim com um lindo sorriso - E Bia esse é o Vasco. - apontou para ele também.
- Prazer Bia. - comprimentou-me com dois beijinhos no rosto.
- O prazer é meu. - retribui-lhe sorrindo.
Conversámos animadamente e o Vasco deu-nos a lista com o nome de alguns DJ's e sugeriu-nos os três melhores. Eu e o David agradecemos e decidimos ir embora pois já estava quase na hora da discoteca abrir. Saímos e dirigimo-nos até ao carro em silêncio. O David abriu-me a porta novamente e depois de eu entrar no carro fechou a porta e dirigiu-se até a porta do condutor e entrou também.
- Então, qual DJ achas que escolhemos? - perguntei a olhar para a lista que estava nas minhas mãos.
- Não sei... Eu 'tou com fome. Não consigo pensar de barriga vazia. - ri-me - Já jantou?
- Não. - respondi com um leve sorriso.
- Então janta comigo.
- Depende, onde me vais levar? - perguntei e olhei-o pela primeira vez nos olhos hoje.
- Que tal na minha casa... - sugeriu e no meu rosto formou-se uma leve expressão de espanto - Eu faço um macarrão fantástico e não 'tou com a mínima vontade de ir para um restaurante.
- Hum, por mim pode ser. - cedi e soltei um leve sorriso.
O David sorriu e começou a conduzir em direcção à sua casa e em menos de meio hora chegamos. O David abriu-me a porta do carro, como sempre com um grande sorriso, e depois fechou-a e fez-me sinal para eu ir andando para o prédio dele. E assim o fiz, e ele seguiu logo atrás de mim. Entrámos para dentro do prédio e subimos até ao terceiro andar pelo elevador. Durante o percurso em permaneci em silêncio e o David apenas estava com um pequeno sorriso no rosto. Saímos do elevador e o David abriu a porta da sua casa, entrou e vez sinal para que eu entrasse também.
- Bem-vinda ao meu palácio. - brincou com um grande sorriso no rosto.
- Uau. - indaguei admirada.
A sala do David era linda, mas muito simples com algumas fotografias de quem eu julgava ser a família do David em cima dos móveis e tinha um quadro com fotos do David na parede.
- Não gostou?
- Adorei... É linda. É tão David Luiz e não David Luiz, jogador do Benfica. - constatei com um grande sorriso.
- Ainda bem que cê gostou. - sorriu - Agora cê pode ficar à vontade que eu vou fazer um macarrão p'ra gente. - disse e pousou as chaves que tinha na mão em cima da mesa de centro na sala.
- Posso ajudar-te? - perguntei a olhá-lo nos olhos e sorrir.
- Se quiser. - sorriu.
Assenti com a cabeça e seguimos em direcção à cozinha. Quando cheguei reparei em cada detalhe da cozinha, era simples e não muito grande - branca com os móveis pretos e era bonita. O David tirou de dentro do armário uma panela e tirou os ingredientes para fazer o tal macarrão.
- Então o que eu vou fazer? - perguntei a sorrir.
- Cê vai sentar ai. - apontou para uma cadeira - E vai deixar o chefe trabalhar. - disse com um ar convencido.
Eu não resisti e soltei uma grande gargalhada.
- Eu tenho medo de morrer. - gozei com ele.
- Cê vai experimentar o meu macarrão e não vai querer outra coisa. - sorriu graciosamente.
Eu ri-me, o David pôs água numa panela, ligou o fugão e pos a água para ferver.
- Como foi as suas aulas hoje?
- Foram boas. Estava um pouco nervosa no começo, mas depois correu tudo bem.
- Bia, cê sempre quis ser psicóloga?
- Não, quando eu era pequena queria ser modelo porque a minha mãe era e eu sempre sonhei em ser também. - disse com um brilhozinho no olhar ao lembrar-me da minha mãe.
- E porque cê não foi modelo?

- Mas cê tem carinha de modelo. - disse a olhar nos meus olhos.
- Oh não tenho nada. - disse já sentido o sangue subir para as minha bochechas - Então e tu? Se não fosses um jogador de futebol, o que serias? - perguntei para mudar de assunto.
- Não sei... Eu desde pequenininho queria ser jogador de futebol mas se não fosse talvez seria jogador de qualquer coisa. - respondeu-me e continuou a cozinhar.
- Sabes que também gostava de jogar futebol? - disse a sorrir e o David olhou para mim admirado - 'Tou a brincar! - ri-me e o David acompanhou-me.
- Futebol não é para meninas, nunca ouviu dizer?
- Que machista David! Fica a saber que se eu quisesse conseguia jogar melhor que tu, eu é que não gosto de demonstrar o meu talento para o futebol. - afirmei e sorri convencida.
- Sim, claro. - disse sarcástico - Vou falar com o mister, para ver se conseguimos mudar as regras do futebol e vamos fazer equipas mistas e pomos você lá. - brincou comigo rindo-se.
- Faz isso e o Benfica vai ser campeão sempre! - disse a sorri e o David riu-se ainda mais.
- Você é muito engraçada. - afirmou pegando em dois pratos no armário.
- Ei, eu ponho a mesa. - ordenei tirando-lhe os pratos da mão.
- Você é minha convidada, me dá os pratos que eu faço isso. - pediu tentando tirar-me os pratos da mão.
- Não, eu faço isso não custa nada. - disse começando a pôr a mesa.
- Eu te ajudo então.
Posemos a mesa entre brincadeiras e o David estava a provocar-me e eu não resistia e cedia às provocações dele.
Depois da mesa posta, começámos a comer  e durante o jantar decidimos qual seria o DJ que iríamos contratar. Eu fiquei de ligar para ele no dia seguindo pois hoje já era tarde. Depois de acabarmos de comer, o David pôs a loiça na máquina.
- O teu macarrão estava óptimo. - elogiei sorrindo.
- Eu te falei que o meu macarrão é muito bom. - gabou-se a rir.
- Tu hoje saíste-me cá um convencido! - afirmei dando-lhe uma leve chapada no ombro e ri-me.
Saí da cozinha e fui para a varanda. Olhei pela a janela e vi que o David tinha vista para o estado de Alvalade.
- Que bela vista que tu tens ! - disse sarcástica e ri-me.
- Ei, a gente tem que 'tar sempre de olho no inimigo. - brincou e eu ri-me.
Ficámos em silêncio enquanto eu olhava para a janela completamente distraída, até que sou interrompida por uma gargalhada do David.
- O que foi? - perguntei confusa.
- Já te falaram que cê é muito baixinha? - perguntou com ar de gozo.
- Ah, cala-te! Para a tua informação eu não sou baixinha. - imitei o sotaque dele - Tu é que és grande de mais. - continuei e fingi-me de amuada.
- Eu até posso ser grande, mas cê também é baixinha de mais ! - riu-se.
- És mesmo parvo! - disse amuada e empurrei-o levemente.
- Pronto parei. - disse mas continuou a rir-se e eu olhei para ele com um olhar sério. - O que foi?
- Não falo mais contigo. - cruzei os braços em forma de amuo, como uma criança, e o David riu-se ainda mais.
- Vem cá. - puxou-me ainda a rir - Cê não vai falar mesmo comigo? - balancei a cabeça negativamente.
Rapidamente o David começou a fazer-me cócegas. Eu comecei a rir compulsivamente pois eu morria delas.
- David, pára! - pedi rindo-me - Pára, por favor!
- Cê agora já fala comigo? - perguntou e soltou uma gargalhada.
- Pára! - gritei a rir-me e a tentar soltar-me dos braços do David mas não consegui - David... Vá lá, pára. - pedi e o David parou mas continuou a agarrar-me e a rir.
Eu também não consegui resistir e ri-me. Eu o David ficámos a rir que nem uns perdidos, e quando finalmente conseguimos controlar as gargalhadas, apercebemo-nos que estávamos de frente um para o outro. Em questão de segundos estávamos a olhar-nos seriamente nos ollhos um do outro. Ficámos assim durante alguns instantes, até que o David quebrou o silêncio.
- Até quando? - perguntou quase que num sussurro abafado a poucos centímetros dos meus lábios.
- Até quando o quê? - perguntei confusa no mesmo tom que o David.
- Até quando a gente vai ter que fingir que aquele beijo não aconteceu?
Não lhe respondi pois não sabia o que lhe dizer. Mas o David não esperou por uma resposta minha e antes de eu puder pensar, celou os nossos lábios num beijo calmo mas cheio de sentimento. Não fiz o mínimo esforço para que aquele beijo acabasse pois eu queria-o tanto como o David. Senti as mãos dele a apertarem-se mais contra minha cintura e eu passei a minha mão pela sua nuca agarrando num monte de caracóis e puxei-o mais para mim. O David especificou mais o beijo e eu deixei-me levar pelo momento. Quando já estávamos a ficar sem fôlego, quebrámos o beijo com outros repenicados nos lábios.
- Eu 'tou gostando de você... - confessou com a voz abafada contra os meus lábios e a olhar-me nos olhos e beijou-me novamente - Eu 'tou gostando muito de você. - afirmou dando ênfase à palavra "muito".
- David... - disse num sussurro.
- Não fala nada... - calou-me com um leve beijo.
Ficámos na varanda em completo silêncio e a olhar-nos profundamente nos olhos. Eu estava ainda a digerir o que o David disse. Eu não sabia o que pensar nem o que dizer. Naquele momento eu não sabia nada, apenas que o David existia e que estava ali à minha frente mais lindo que nunca. Mas eu e o David não podíamos, não iria dar certo.
- David, está a ficar tarde. É melhor eu ir-me embora. - disse quebrando o silêncio.
- Eu te levo. - afirmou e largou a minha cintura.
- Não é preciso, eu apanho um táxi. - neguei entrando na cozinha e dirigindo-me para a sala.
- Não, eu te levo.
- 'Tá bem, obrigada. - disse sem o encarar.
Saímos de casa em silêncio e assim fizemos o caminho até minha casa. Estava completamente perdida em pensamentos mas apercebi-me que, apesar de estar atento na estrada, o David também estava com um ar pensativo. Chegámos à porta do meu prédio e o David estacionou o carro.
- Obrigada. - encarei-o.
Ele sorriu levemente e assentiu com a cabeça. Eu agarrei na minha mala, abri a porta do carro e quando ia a sair do carro, senti as mãos do David agarrarem-me no braço.
- Bia, não foge... - pediu-me olhando-me nos olhos.
Nesse momento esqueci-me do mundo e concentrei-me apenas no David.
- Eu não vou fugir. - afirmei e num impulso, que eu não sei onde arranjei coragem para o fazer, uni os nossos lábios num beijo curto que o David prolongou. Quando selámos o beijo, o David sorriu largamente e eu retribui-lhe com um sorriso mais tímido.
Saí do carro e acenei ao David uma última vez e de seguida entrei no meu prédio. Estava a sorrir estupidamente. Era incrível como o David conseguia deixar-me leve e feliz. Entrei em casa e a Daniela estava sentada no sofá a ver televisão.
- Olá. - cumprimentei-a.
- Fogo demoras-te! 'Tou a ver que ainda me vais trocar por essa tua nova amiguinha. - disse com um amuado.
- Oh a minha feiosa 'tá com ciumes ! - ri-me ligeiramente.
- Ah cala-te. Mas pelo menos foi bom o passeio?
- Foi melhor do que tu pensas... - respondi-lhe e dei-lhe um beijo e fui para o meu quarto com um grande sorriso no rosto.
- Não jantas? - ouvi a Daniela gritar para que eu a ouvisse.
- Já jantei, amor. - respondi-lhe no mesmo tom de voz.
A Daniela não disse mais nada e eu fui tomar um banho rápido. Vesti o meu pijama e depois fui até à sala ter com a Daniela.
- Vou dormir, feia. - informei-a e beijei-lhe a face - Boa noite. - desejei-lhe sorrindo.
- Boa noite. Dorme bem.
- Tu também.
Voltei para o meu quarto e deitei-me na minha cama. Olhei para o meu telemóvel que estava na minha mesa de cabeceira e vi que ele estava a piscar. Era uma mensagem do David.

"Dorme bem, baixinha.
Beijão."

Sorri ao ler a mensagem e despachei-me a responder-lhe.

"Tu também, grandão.
Beijo :)"

Logo de seguida, pousei o telemóvel no mesmo sitio, ajeitei-me na cama com um sorriso parvo na cara e eu nem poderia imaginar no que poderia acontecer depois dessa noite.

9 comentários:

  1. esta muito bom continua
    beijinhos

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  2. Esta muito muito bom continua.bjs

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  3. Continuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuua =D
    Bom demaais , sem palavras pra definir o que eu sentir quando li . Perfeitoooooo <33

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  4. Ola!!!!


    Lindo :p


    Continua :)


    * http://luta-por-um-sonho.blogspot.com


    Beijinhos

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  5. Então quando temos a continuação ?
    Está ótimoo *-*

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  6. Aii, está lindo, a bia tem que se deixar de medos e atirar-se de cabeça (:
    Quando postas mais?

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  7. Queria desde já agradecer o facto de leres a minha fic (que desconhecia) e também queria agradecer imenso o facto de a estares a «promover», mesmo muito obrigada!
    Espero que gostes da minha pequena história!
    Mais uma vez, muito obrigada :)

    Beijinhos, Di

    P.S.: Prometo que irei ler a tua fic!

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  8. MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS

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  9. Olá Beatriz!
    Deixo-te aqui o meu blog, caso estejas interessada.
    http://underneathabeautifulface.blogspot.pt/
    Tem algumas partes em inglês, espero que não seja impedimento para o puderes ler.
    Bj, obrigada!

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